A Justiça da Argentina ordenou neste sábado "o fim imediato da greve" dos professores da província de Buenos Aires, que concentra mais de três milhões de alunos, e que já atrasou em 13 dias o início do período letivo, informou a agência oficial Télam. O juiz Francisco Terrier aceitou o pedido de uma medida cautelar apresentada na sexta-feira, junto com um recurso de amparo, feitos pelo Defensor público Carlos Bonicato, para obrigar os sindicatos a voltarem às salas de aula imediatamente.
A decisão obriga também as partes a continuarem as negociações sobre reajuste salarial. Os sindicatos ainda não se pronunciaram sobre o acatamento da decisão judicial. As aulas deverão começar na próxima terça-feira, já que na segunda-feira é feriado na Argentina, para que não se vulnere o "direito à educação" dos alunos.
Após o fracasso das negociações salariais coletivas, iniciadas há mais três semanas, o governo da província de Buenos Aires, a mais povoada do país, decretou um aumento salarial do 30,9%. Mas não houve acordo e os sindicatos decidiram manter a greve por tempo indeterminado, já que reivindicam um reajuste de no mínimo 35%.
Sexta-feira, no 13º dia de greve, a Defensoria Pública da província apresentou um recurso na Justiça para forçar o fim da greve ao alegar que "existe um conflito de direitos e o direito à educação das crianças está acima do de greve", diz o pedido.
O governo liderado pelo governista Daniel Scioli avalia acrescentar horas de aulas nas primeiras semanas, reduzir as férias de inverno ou estabelecer dias letivos também aos sábados para compensar os dias perdidos.
Esses 13 dias de greve igualam o tempo de paralisação de 2013, a maior em dez anos. As negociações salariais do setor educativo são umas das mais conflituosas da Argentina porque servem como referência para as dos outros sindicatos.