Líder das Avós de Praça de Maio diz que Videla foi um "ser desprezível"

17 mai 2013 - 11h13
(atualizado às 11h28)
"Fico tranquila que um ser desprezível tenha deixado este mundo", disse Estela de Carlotto
"Fico tranquila que um ser desprezível tenha deixado este mundo", disse Estela de Carlotto
Foto: AFP

A líder das Avós de Praça de Maio, Estela de Carlotto, disse que a morte de um "ser desprezível" como o ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla, morto nesta sexta-feira aos 87 anos, a tranquiliza.

"Há homens bons e homens maus. Esse era um homem mau", disse a representante da fundação dedicada a buscar aos filhos apropriados dos desaparecidos durante a ditadura (1976-1983).

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No ano passado, um tribunal condenou o ex-ditador a 50 anos de prisão pelo plano sistemático de roubo de bebês filhos de perseguidos e desaparecidos durante a ditadura.

"Fico tranquila que um ser desprezível tenha deixado este mundo", disse Estela em declaração a veículos de imprensa locais, lembrando que Videla, que permanecia preso em uma penitenciária da cidade de Marcos Paz na província de Buenos Aires condenado a prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade, "nunca se arrependeu e reivindicou (a autoria) de todos os seus crimes".

Por sua vez, o secretário de Direitos Humanos da Argentina, Martín Fresneda, disse que "o Estado argentino não pode comemorar a morte de ninguém", mas sim "concordar" com que houve "justiça e não vingança, e Videla se vai desta terra como uma das pessoas que foram responsáveis pelos principais horrores que o povo argentino viveu".

"É importante que tenha tido morte natural e em uma prisão comum", disse Fresneda em declarações ao canal C5N, da TV argentina.

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