Maduro: ameaça de sanção dos EUA à Venezuela é 'estupidez'

"Estúpidos são o que são! Estúpidos! Apliquem suas sanções, o povo de (Simón) Bolívar não para com qualquer sanção do Império", disse Maduro

10 mai 2014 - 01h42
(atualizado às 02h21)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira que a ameaça dos Estados Unidos de impor sanções a funcionários venezuelanos envolvidos em violações dos direitos humanos durante os protestos no país é uma "estupidez". "Agora andam com esta estupidez, que vão impor sanções. Estúpidos são o que são! Estúpidos! Apliquem suas sanções, o povo de (Simón) Bolívar não para com qualquer sanção do Império", disse Maduro em um ato para ambientalistas na Academia Militar de Caracas.

O Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes dos EUA aprovou nesta sexta-feira um projeto de lei com sanções contra responsáveis por violações de direitos humanos durante as manifestações na Venezuela. O projeto de "proteção dos direitos humanos e da democracia na Venezuela" foi votado pela maioria dos integrantes do Comitê e agora será debatido no plenário da Câmara.

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A lei tem como alvo os responsáveis por prisões políticas e por abusos cometidos contra ativistas, visando também aqueles que tentam impedir o trabalho de jornalistas e a atividade de cidadãos que buscam compartilhar informações sobre os protestos contra o governo.

Esses responsáveis teriam contas e propriedades congeladas nos Estados Unidos e seus vistos de entrada no país seriam cancelados. Mas, para o governo do presidente Barack Obama, as sanções não são apropriadas no momento, apenas um mês depois do início das difíceis negociações entre o governo e o setor moderado da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

Na última quinta-feira, a subsecretária de Estado adjunta para América Latina, Roberta Jacobson, disse ao Comitê de Relações Exteriores do Senado (que estuda um projeto de lei parecido com o da câmara) que a imposição de sanções seria "contra-producente", embora tenha deixado essa possibilidade em aberto, no caso de uma perda de diálogo com Caracas.

A tensão na Venezuela se intensificou na quinta, quando 243 jovens manifestantes foram detidos durante a madrugada no desmantelamento de quatro acampamentos montados em praças e avenidas da capital. Em resposta, grupos de jovens opositores realizaram protestos relâmpagos em uma dezena de pontos no leste de Caracas, alguns dos quais derivaram em confrontos com as forças de segurança.

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Desde fevereiro, a Venezuela é palco de protestos que já deixaram 42 mortos. As manifestações são chamadas por Maduro de "tentativa de golpe de Estado", mas têm como objetivo protestar contra uma inflação anual superior a 60%, a escassez de produtos básicos e uma violência crescente.

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