O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira (15/02) que pretende participar da Cúpula das Américas apesar de ter sido desconvidado pelo governo do Peru. O encontro vai ocorrer nos dias 13 e 14 de abril, em Lima.
"Têm medo de mim? Não querem me ver em Lima? Pois vão me ver. Chova, troveje, ou relampeje, por ar, terra, ou mar, chegarei à Cúpula das Américas com a verdade", disse Maduro em coletiva de imprensa.
Na terça-feira, o governo peruano assegurou que Maduro não será bem-vindo em Lima. A decisão recebeu o apoio de outros países. "Dada a atual situação na Venezuela, o Peru decidiu manifestar que sua presença já não será bem-vinda nesse encontro", disse a chanceler peruana, Cayetana Aljovín.
O Peru, assim como 13 países outros países que compõem o Grupo de Lima, vem pressionando a Venezuela a reformular seu calendário eleitoral. O grupo rejeitou os planos do regime chavista de convocar eleições presidenciais antecipadas entendendo que um pleito nas circunstancias atuais carecerá de "legitimidade e credibilidade".
Apesar das declarações do governo peruano, Maduro disse que chegou a receber a carta-convite do presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski. "Chegou esta carta de Pedro Pablo Kuczynski me convidando para a Cúpula das Américas. Entrem em acordo, eles querem repetir com a Venezuela o maltrato que deram a nossa irmã Cuba. Entrem em acordo, os deixamos loucos", afirmou, exibindo o documento aos jornalistas.
A 8ª Cúpula das Américas terá como tema central a corrupção, mas a situação na Venezuela acabou se transformando num dos principais assuntos do encontro. O grupo de Lima, que assinou a declaração rejeitando os planos eleitorais dos chavistas, é composto por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia
No Peru, políticos de todos os setores apoiaram no Parlamento um pedido para que se rejeitasse a entrada do presidente venezuelano no país e para que ele fosse declarado "persona non grata".
A ministra do Exterior do Canadá, Chrysta Freeland, manifestou à imprensa que os países do bloco estão "orgulhosos" de apoiar o Peru na decisão de desconvidar Maduro.
"Maduro não pode zombar de tudo o que foi travado para preservar a democracia nas Américas, onde muito sangue foi derramado. O Canadá está orgulhoso de apoiar nossos sócios nisso e estaremos juntos e comprometidos na busca de uma solução pacífica na Venezuela", disse Freeland.