Maduro critica "ingerência" dos EUA em diálogo venezuelano

1 mai 2014 - 23h14

Nicolás Maduro criticou nesta quinta-feira a "ingerência grosseira e insolente" dos Estados Unidos no processo de diálogo na Venezuela e as acusações sobre a suposta limitação do acesso à internet e ao mesmo tempo anunciou que as principais cidades do País terão wi fi gratuito.

"Rejeito e repudio a ingerência grosseira, insolente do governo dos Estados Unidos nos processos de diálogo e de paz que antecipei na Venezuela e não vou aceitar condições de nenhum tipo, nem do governo dos Estados Unidos nem de nenhum setor", disse o presidente venezuelano no ato de celebração do Primeiro de Maio.

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Ele acrescentou que esta semana o governo americano "voltou a endoidecer", em alusão às diferentes declarações feitas por membros do governo, inclusive o presidente, Barack Obama.

"Primeiro foi Obama quem se pôs a declarar sobre a Venezuela, que estava muito preocupado pelo povo da Venezuela, e digo: por que não se preocupa com os 40 milhões de pobres que há nos EUA sem educação, sem saúde, sem casa, sem emprego?", alfinetou o líder venezuelano.

"Estava levando com muita paciência estratégica e firmeza a agressão do governo dos EUA", continuou Maduro, ao garantir ter "novas provas da participação de funcionários da embaixada americana na conspiração diretamente com os 'guarimberos", como são chamados os manifestantes que montam barricadas na Venezuela.

Maduro também rebateu as declarações da secretária de Estado adjunta dos EUA para a América Latina, Roberta Jacobson, que considerou "crítico" o diálogo entre oposição e governo caso comece a dar resultados, e criticou também o secretário de Estado, John Kerry.

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"Kerry ameaça a Venezuela e diz que enquanto houver diálogo na Venezuela, os EUA não atuarão contra a Venezuela. O que vocês pensam destas declarações infelizes?", indicou Maduro para seus seguidores.

O governo de Maduro e a oposição instalaram em 10 de abril uma mesa de diálogo com a supervisão do Vaticano e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para tentar superar a crise aberta após os protestos que começaram em 12 de fevereiro e já deixaram 41 mortos.

O presidente venezuelano se referia também aos comentários feitos por Kerry sobre um suposto bloqueio ao acesso à internet no País durante os protestos questionando a audiência se aquilo era verdade, no que foi respondido em coro com um não.

"John Kerry se dá conta do ridículo que te fazem passar?", perguntou o presidente venezuelano.

Maduro disse ainda que "nos próximos meses o governo vai colocar serviços de internet wi fi de graça nas principais cidades, praças e parques do País para que o povo possa se conectar".

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