Maduro: desestabilização da Venezuela afetaria o continente

11 mar 2014 - 01h56
(atualizado às 02h05)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira que a estabilidade de seu país garante a do restante do continente e destacou que, caso a revolução bolivariana desaparecesse, os povos da região emigrariam para os Estados Unidos como consequência de um "colapso econômico".

"A estabilidade da América do Sul, do Caribe, e inclusive de boa parte da América Central depende hoje da estabilidade da Venezuela. Se a Venezuela se desestabilizar, todo o continente se desestabilizará", disse Maduro nesta segunda-feira em Caracas ao se referir à onda de protestos que o país vive há um mês.

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O governante afirmou, além disso, que "se a revolução desaparecer e as transnacionais voltarem" a "controlar o petróleo" será uma questão de tempo, entre seis meses e um ano, para ver as pessoas pobres, "desesperadas pela fome, embarcando em balsas rumo ao chamado sonho americano".

Maduro fez esse comentário "para aqueles que não pensaram", que não imaginaram esse cenário de grande êxodo, produto do "colapso econômico da América Latina". Para o presidente venezuelano, os Estados Unidos estão por trás dos protestos que ocorrem há quase um mês contra o seu governo, manifestações que, garantiu, têm como único objetivo retirá-lo do poder.

Além disso, Maduro declarou nesta segunda-feira que os protestos contrários ao seu governo lhe deram mais força para continuar trabalhando e que já conseguiu derrotar os supostos planos da oposição para dar um golpe de Estado. "Respondemos ao golpe terrorista, às ações terroristas com mais trabalho. Se eles acreditam que vão nos deter estão loucos, o que nos dão é mais força para trabalhar por este povo", disse.

A Venezuela vive há cerca de um mês uma onda de protestos que aprofundaram a já tradicional divisão de sua sociedade e que, em alguns casos, terminaram com incidentes violentos, com um saldo de pelo menos 21 mortes e centenas de feridos.

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As manifestações opositoras acontecem diariamente desde o dia 12 de fevereiro com diversas reivindicações, e entre os mortos há ativistas dos dois grupos - opositores e apoiadores do governo - e agentes das forças de segurança.

  
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