Maduro diz que diálogo com oposição está mais 'quente'

20 mai 2014 - 03h34
(atualizado às 04h01)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse não acreditar que o diálogo com a oposição esteja "congelado", como disseram seus adversários, e que, pelo contrário, está mais "quente" do que nunca e a prova disso é a reunião que manteve nesta segunda-feira com prefeitos e governadores de todas as tendências.

<p>Uma marcha pacífica foi realizada nas cidades de Chacao, Baruta e Sucre, região metropolitana de Caracas, neste domingo, 2 de março</p>
Uma marcha pacífica foi realizada nas cidades de Chacao, Baruta e Sucre, região metropolitana de Caracas, neste domingo, 2 de março
Foto: David González / Especial para Terra

"Há toda uma campanha, 'acabou o diálogo', 'o diálogo está congelado', dizem, mas agora é que o diálogo está quente! Porque há um debate permanente de todos os temas", disse o presidente em uma reunião com governantes regionais de todo o país para tratar do tema da insegurança. "Neste país o que há é diálogo, há uma mesa de diálogo com um setor da oposição", reiterou na reunião que contou com a participação de grandes figuras da oposição.

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Maduro se referiu assim ao anúncio feito na semana passada pela aliança opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD, mesa da unidade democrática) sobre a suspensão do diálogo iniciado no dia 10 de abril para tentar aliviar a crise política que ficou evidenciada nos últimos três meses com protestos antigovernamentais.

O presidente insistiu que foi ele quem convidou a oposição para conversar e que essas reuniões não representam todo o processo de diálogo, pois, em paralelo, também se sentou para tratar de temas como a economia e a insegurança com seus adversários políticos.

Além disso, agradeceu o "tremendo papel" da missão de chanceleres da União das Nações Sul-americanas (Unasul) no acompanhamento do diálogo político, assim como o do Vaticano e a participação do núncio apostólico.

"Não se pode ameaçar deixar a mesa que foi convocada de boa fé pelo governo nacional com a participação do acompanhamento internacional porque alguém começou uma campanha de pressão midiática em Miami", disse, ao rejeitar que a MUD decidiu "congelar" o diálogo pela falta de resultados. "É que aqui ninguém propôs uma agenda fixa, então de repente somos vítimas, todos, de toda uma campanha para matar o diálogo, para negar o diálogo", comentou.

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Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Luiz Alberto Figueiredo; Colômbia, María Ángela Holguín, e Equador, Ricardo Patiño, e o núncio Aldo Giordano se reuniram ontem e hoje com a oposição e o governo para tentar reativar o diálogo.

No encontro de ontem, a aliança de oposição entregou um resumo com "todos os detalhes" que a levaram a congelar o diálogo. O secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, indicou que a oposição não se reuniria de novo com o governo até que este fizesse "gestos" e cumprisse com os compromissos que, segundo disse, assumiu nas reuniões.

A Venezuela vive desde 12 de fevereiro uma onda de protestos antigovernamentais que, em algumas ocasiões, terminaram com incidentes de violência e que deixaram até o dia de hoje um saldo de 42 mortos, cerca de 800 feridos e centenas de detidos.

  
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