Maduro nomeia sancionado pelos EUA como ministro do Interior

González López é um dos sete funcionários venezuelanos que foram sancionados nesta terça-feira por Washington

10 mar 2015 - 01h20
(atualizado às 08h13)
O novo Ministro do Interior foi sancionado pelos EUA
O novo Ministro do Interior foi sancionado pelos EUA
Foto: Twitter

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, designou nesta segunda-feira o major-general Gustavo González López, um dos militares sancionados pelo governo dos Estados Unidos, como novo ministro do Interior, Justiça e Paz.

"Decidi nomear o major-general González López como ministro do Interior, Justiça e Paz para que vá, com sua condecoração do império americano, garantir a paz do país, a segurança cidadã e nacional", disse Maduro em um pronunciamento no Palácio de Miraflores acompanhado de sua equipe de governo e o alto comando militar.

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González López é um dos sete funcionários venezuelanos que foram sancionados hoje por Washington, que os acusa de estar vinculados com supostas violações dos direitos humanos no país e supostos abusos nos protestos antigovernamentais de 2014.

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O novo ministro era até o momento diretor-geral do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) e presidente do Centro Estratégico de Segurança e Proteção da Pátria (CESPPA).

González López recebeu esta nomeação no próprio palácio presidencial, aonde esteve hoje junto com os outros seis sancionados hoje por Washington.

Maduro qualificou as sanções divulgadas pelo Executivo americano de "aberrantes" e "ilegais" e felicitou os sete sancionados, todos relacionados com as forças de segurança do Estado, pelo que considera uma "condecoração imperial".

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González López substituirá na pasta do Interior a ministra Carmen Meléndez, também integrante da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que assumirá o Ministério de Presidência.

Deste cargo sairá o major-general Carlos Osório, que continuará desempenhando o cargo de coordenador do Estado-Maior da Guerra Econômica e o de vice-presidente de Segurança e Soberania Alimentaria.

Maduro solicitará poderes para defender "integridade" do país

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira que solicitará à Assembleia Nacional poderes especiais para defender "a integridade" do país após os Estados Unidos declararem uma "emergência nacional" pelo "risco extraordinário" que a situação do país caribenho representaria para sua segurança.

"Amanhã, na sessão da Assembleia Nacional, o vice-presidente (Jorge Arreaza) vai a entregar ao presidente (da Assembleia), Diosdado Cabello, uma solicitação para uma Lei Habilitante especial e extraordinária para defender a paz, a soberania, a tranquilidade e a integridade de nossa pátria", declarou Maduro.

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"Uma lei anti-imperialista para preparar-nos em todos os cenários e em todos ganhar e em todos triunfar com a paz", acrescentou durante um discurso no palácio presidencial transmitido em cadeia de rádio e televisão.

Se for aprovada pela maioria qualificada do parlamento com a qual conta o chavismo, a lei permitiria a Maduro governar por decreto e sem controle parlamentar pelo tempo que solicitar.

Maduro destacou que fez este pedido para enfrentar o "decreto lei" anunciado hoje nos EUA e pelo qual, além de declarar esta "emergência nacional", se "aplicam e ampliam" as sanções a alguns cidadãos venezuelanos incluídas em uma lei aprovada em dezembro do ano passado por Washington.

O presidente venezuelano revelou que para chegar a esta decisão pediu recomendações ao Conselho de Estado, ao Conselho da Defesa da Nação, ao alto comando militar e ao conselho de vice-presidentes de governo.

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"Recomendações para preservar a paz, preservar a soberania, para denunciar política e diplomaticamente em todas as instâncias esta agressão dos EUA", assegurou.

Maduro já recebeu estes poderes especiais através do mecanismo constitucional conhecido como Lei Habilitante no final de novembro de 2013 pelo período de um ano.

Na ocasião, o presidente os havia pedido para realizar durante 2014 uma "ofensiva estremecedora" contra a corrupção e os especuladores, uma de suas prioridades ao ser eleito presidente em abril de 2013.

O antecessor e mentor de Maduro, o falecido Hugo Chávez (1999-2013), também solicitou a Lei Habilitante em várias oportunidades.

Com informações da EFE e Agência Brasil. 

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Fonte: Terra
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