Maduro propõe conferência de paz na Venezuela diante de protestos

22 fev 2014 - 21h02
(atualizado às 21h04)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs neste sábado uma "conferência nacional de paz" com os setores políticos e sociais para neutralizar os grupos responsáveis pelos atos violentos ligados aos protestos da oposição, que já deixaram 10 mortos.

"Convoco o povo venezuelano para a instalação, na próxima quarta-feira, de uma conferência nacional de paz com todos os setores sociais e políticos do país para, entre os venezuelanos, neutralizar estes grupos violentos", disse Maduro para uma multidão de partidários reunidos diante do Palácio Presidencial.

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Maduro rejeitou qualquer vínculo com grupos armados e convocou as forças políticas "a condenar a violência, as provocações e as emboscadas".

A onda de protestos já deixou 10 mortos, segundo fontes oficiais, sendo seis por disparos de armas de fogo, três por acidentes de trânsito ligados aos protestos, e um por circunstâncias ainda não apuradas.

As manifestações, que começaram com estudantes de San Cristóbal contra a insegurança que afeta o país, chegaram a outros pontos da Venezuela e passaram a ter outros temas, como a crise econômica, a inflação, a repressão policial e a libertação dos detidos nos protestos.

Neste sábado, milhares de opositores ocuparam as ruas do leste de Caracas para exigir o desarmamento dos grupos paramilitares. Ao menos 50 mil pessoas se reuniram nas proximidades do shopping de Sucre, reduto da oposição, convocados pelo líder Henrique Capriles.

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Durante recentes protestos noturnos em Sucre e no vizinho bairro de Chacao, ocorreram verdadeiras batalhas campais entre manifestantes e as forças de segurança, com a intervenção de civis armados apontados como membros dos denominados "coletivos", simpatizantes do chavismo.

"O Estado deve deter estes grupos que atuam como paramilitares. É inaceitável que existam grupos armados que estão fora de controle", disse à AFP Ramón Guillermo Aveledo, um dos líderes da Mesa de Unidade Democrática (MUD), que aglutina a oposição.

O protesto deste sábado também manifestou apoio a Leopoldo López, outro líder opositor e principal promotor do movimento nas ruas, que está em prisão preventiva desde terça-feira em uma unidade militar na região Caracas, acusado de estimular a violência.

Maduro chama os protestos de "golpe de Estado em desenvolvimento", nega qualquer vínculo com grupos armados ilegais e atribui a violência a pistoleiros colombianos contratados pela oposição.

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No centro de Caracas, reduto governista, uma multidão, em sua maioria do sexo feminino, participava na manifestação "mulheres pela paz e pela vida", convocada pelo chavismo.

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