Milhares de pessoas protestaram, nessa quarta-feira, nas ruas da capital do México para exigir o regresso, em segurança, dos 43 estudantes desaparecidos, depois de as autoridades terem detidos os principais suspeitos.
“Eles os levaram vivos, nós os queremos vivos”, disseram os manifestantes, munidos de um cartaz gigante com imagens dos 43 jovens, cujo desaparecimento desencadeou uma onda de indignação e uma crise para o presidente Enrique Peña Nieto.
Segundo os organizadores, 120 mil pessoas participaram da marcha, no mais recente protesto pelo desaparecimento dos jovens. A polícia calcula que 60 mil estiveram no ato.
“Exigimos que o governo apresente os nossos filhos vivos”, afirmou Felipe de la Cruz, durante a manifestação em frente ao Palácio Nacional, sede do Executivo.
Depois de um mês de fuga, José Luis Abarca, o ex-prefeito de Iguala, no Sul do México, e sua mulher, Maria de Los Angeles Pineda, foram detidos na terça-feira. A polícia espera que a captura possa oferecer pistas sólidas sobre o paradeiro dos estudantes desaparecidos há quase seis semanas, pois os dois são suspeitos de terem ordenado um ataque policial contra os jovens.
“A raiva pelo desaparecimento dos 43 estudantes não desapareceu com a detenção de Abarca”, disse Bardomiano Martinez, vice-diretor da Escola de Formação de Professores do estado de Guerrero, onde os jovens desaparecidos estudavam.
Na noite de 6 de setembro, seis pessoas morreram, 25 ficaram feridas e os 43 alunos desapareceram. Segundo as autoridades, policiais municipais abriram fogo contra os estudantes e os entregaram ao cartel Guerreros Unidos. De acordo com a investigação, o líder do grupo, Sidronio Casarrubias, ordenou o desaparecimento dos jovens por acreditar que eram membros dos Los Rojos, um grupo criminoso rival.
A investigação levou as autoridades à descoberta de valas, onde foram encontrados 38 cadáveres, elevando o receio de que pertencessem aos jovens. Segundo as autoridades, as análises preliminares de DNA mostram que pelo menos 28 não são os estudantes, mas os parentes não confiam no governo e exigem que a palavra final seja dada por especialistas forenses independentes da Argentina.