Manifestantes bloquearam, nesta segunda-feira, as entradas do aeroporto internacional da cidade turística de Acapulco (sul do México), em um novo protesto contra o governo pelo desaparecimento de 43 estudantes, supostamente assassinados.
Nos acessos ao aeroporto, os manifestantes se posicionaram com paus e barras de ferro, impedindo que turistas com malas, alguns deles estrangeiros, entrassem no aeródromo.
O protesto bloqueou o acesso dos passageiros e provocou o cancelamento de muitos voos de três companhias aéreas, incluindo a United Airlines, informou o Grupo Aeroporto Centro Norte (OMA), que opera o terminal de Acapulco.
A polícia de choque foi atacada pelos manifestantes, que atiraram pedras e coquetéis molotov, ferindo 19 agentes, disse à AFP um funcionário da Segurança Pública do estado de Guerrero.
O novo governador de Guerrero, Rogelio Ortega, afirmou que não vai "reprimir" os protestos, mas fez um apelo aos manifestantes "para que não destruam a economia" do Estado, um dos mais pobres do México e muito dependente do turismo.
Beatriz Fernández, uma mexicana de 75 anos, que passou o fim de semana em Acapulco com a filha, reclamava por não poder embarcar em seu voo com destino a Toluca (centro).
"O que faço com o trabalho amanhã?", questionou Fernández em entrevista à AFP. A filha dela, ao contrário, se disse solidária com o protesto pelos desaparecidos.
"Todos os mexicanos estão nesta luta (...). Não me importa chegar mais tarde porque é justo o que estão fazendo", afirmou Beatriz Barros.
O bloqueio ocorreu durante uma nova passeata com milhares de estudantes e pais dos 43 jovens para exigir às autoridades que mantenham as buscas e encontrem com vida os estudantes, originários da comunidade de Ayotzinapa (Guerrero).