Manifestantes vão às ruas de Caracas contra sanções dos EUA

A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou na semana passada uma lei para impor sanções a vários oficiais do governo de Nicolás Maduro

15 dez 2014 - 20h59
(atualizado em 16/12/2014 às 07h25)
Manifestantes foram às ruas contra sanções de Maduro
Manifestantes foram às ruas contra sanções de Maduro
Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters

Dezenas de milhares de partidários do governo venezuelano caminharam nesta segunda-feira por várias ruas de Caracas para rejeitar as sanções que os Estados Unidos pretendem impor contra autoridades acusadas de violações dos direitos humanos.

A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou na semana passada uma lei para impor sanções a vários oficiais do governo de Nicolás Maduro por supostas violações dos direitos de manifestantes durante os três meses de protestos no início deste ano na Venezuela.

Publicidade

A norma, que deve ser sancionada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, considera negar vistos e congelar bens de funcionários envolvidos nas supostas violações durante os protestos contra a inflação elevada, a escassez de produtos e a criminalidade que deixaram 43 mortos.

Membros do governo socialista de Maduro rejeitaram as acusações.

Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, discursa durante protesto contra a possibilidade de imposição de sanções contra o país pelos Estados Unidos
Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters

"Que peguem os vistos e coloquem onde se devem colocar o visto dos Estados Unidos. Insolentes ianques do norte", disse Maduro, de um pódio, à maré de seguidores.

"Ninguém pune o povo de Bolívar nesta terra", acrescentou ele, vestido com um casaco amarelo, azul e vermelho, cores da bandeira nacional da Venezuela.

Publicidade

A marcha partiu de quatro pontos do oeste de Caracas e culminou no centro da cidade, onde também se comemorava o 15º aniversário da Constituição elaborada pelo falecido presidente Hugo Chávez.

Desde que Chávez assumiu o poder, em 1999, as relações entre Venezuela e Estados Unidos pioraram. No impasse mais recente, no fim de fevereiro, Maduro expulsou três funcionários da embaixada dos EUA acusando-os de financiar a onda de protestos.

Dias depois, os EUA fizeram o mesmo com três diplomatas venezuelanos em seu país.

Desde 2008, quando Chávez expulsou o embaixador dos EUA, ambos os países não têm chefes diplomáticos e as suas relações estão no menor nível.

A guerra retórica entre os dois países levou a Venezuela a ameaçar cortar o fornecimento de petróleo aos EUA, seu principal mercado exportador, mas nunca cumpriu sua ameaça.

Publicidade

Entenda a crise na Venezuela: inflação, desabastecimento, violência e mais

Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações