A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, foi libertada após ter sido detida, nesta quinta-feira (9), ao deixar uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro em Chacao, nos arredores de Caracas. O paradeiro da opositora era desconhecido até então.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Segundo a imprensa local, María Corina ficou sob o poder de agentes chavistas por cerca de 1 hora, e foi obrigada a gravar vídeos. Posteriormente, ela foi liberada. O partido de María Corina denunciou em redes sociais que membros do regime Maduro atacaram motociclistas que a acompanhavam no momento da abordagem.
A prisão ocorreu em um dia marcado por protestos da oposição em todo o país, realizados para pressionar o governo um dia antes da posse presidencial.
A opositora, que tem sido alvo de acusações e perseguições, foi impedida de concorrer às eleições de 2024 e vinha fazendo campanha para o candidato Edmundo González.
Em sua conta do X (antigo Twitter) Edmundo González se reafirmou como presidente eleito e exigiu a liberação de María. "Como presidente eleito, exijo a liberação imediata de María Corina Machado. Às forças de segurança que a sequestraram, digo: não brinquem com fogo", escreveu
A oposição na Venezuela acusa o regime de Nicolás Maduro de realizar prisões arbitrárias contra críticos do governo, classificando as ações como "sequestros". Um dos casos mais recentes envolve o genro do opositor Edmundo González, que foi levado por homens encapuzados na última segunda-feira (6).
A líder opositora María Corina Machado também relatou perseguições, afirmando que agentes do governo cercaram a casa de sua mãe, de 84 anos, cortaram a luz na região e instalaram postos de controle.
A tensão ocorre em meio a manifestações organizadas pela oposição para contestar os resultados das eleições de julho, que, segundo os opositores, foram vencidas por González, apesar de a autoridade eleitoral afirmar a vitória de Maduro. González prometeu retornar a Caracas nesta sexta-feira (10) para reivindicar sua posse, desafiando as ameaças de prisão do regime.
Na Venezuela, as eleições presidenciais são frequentemente questionadas por opositores e observadores internacionais devido à falta de transparência e à concentração de poder nas instituições eleitorais e judiciais controladas pelo chavismo. Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez, está no poder desde 2013 e enfrenta críticas por supostas fraudes eleitorais, repressão a opositores e uma grave crise econômica que gerou inflação recorde e migração em massa. A oposição acusa Maduro de governar de forma autoritária, manipulando as eleições para se perpetuar no poder, o que intensifica a polarização no país.
*Matéria em atualização