Representantes do governo do México se reuniram nesta segunda-feira com familiares dos estudantes desaparecidos em setembro para criar uma Comissão Mista de Acompanhamento e Informação, conforme foi estipulada em 29 de outubro com o presidente Enrique Peña Nieto, informou a Secretaria de Governo.
A Comissão "tem o propósito de estabelecer mecanismos ágeis para oferecer informação aos familiares, estudantes, advogados e representantes de organizações civis a fim de respeitar seu direito de participar das investigações", afirmou a Secretaria.
De acordo com o governo, a Comissão é integrada por oito pais de alunos, quatro estudantes e cinco integrantes de organizações civis.
Pelo governo, participaram o subsecretário da Secretaria de Governo, Luis Enrique Miranda; a subprocuradora de Direitos Humanos da Procuradoria Geral da República (PGR), Eliana García; o comissário nacional de segurança, Monte Alejandro Rubido; o comissário geral da Polícia Federal, Enrique Galindo, e o porta-voz presidencial Eduardo Sánchez.
"Os servidores públicos enfatizaram o compromisso do governo da República de continuar com a investigação até descobrir a verdade dos fatos que a originaram", disse a Secretária de Governo em referência aos eventos de 26 de setembro em Iguala, no estado Guerrero, sul do país.
Naquela noite, policiais dispararam contra alunos da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, supostamente por ordens do então prefeito, José Luis Abarca, que está foragido.
Nesse incidente, morreram seis pessoas, 25 ficaram feridas e 43 jovens foram detidos e entregues ao cartel Guerreros Unidos, que se encarregou de seu desaparecimento, segundo as investigações da PGR.
Durante a reunião em Chilpancingo, capital de Guerrero, o comissário Rubido assegurou que não foram poupados esforços nem recursos nas buscas pelos estudantes desaparecidos.
"Os familiares disseram que precisam receber informações detalhadas sobre o paradeiro dos estudantes por parte das autoridades governamentais", acrescentou a Secretaria de Governo.
Por outro lado, em uma entrevista coletiva realizada na escola de Ayotzinapa, os pais questionaram o fato de o secretário de Governo, Miguel Ángel Osorio, e o procurador-geral, Jesús Murillo, não terem comparecido à reunião nas instalações da Comissão Estatal de Direitos Humanos.
Argumentaram que os funcionários presentes eram de segundo nível e não tinham capacidade para dar informações sobre o progresso das investigações.