As famílias dos 43 estudantes desaparecidos há quase três meses no México pediram a intervenção do papa Francisco para tornar mais visível a busca de justiça. O governo reconhece que o país precisa de “transformação profunda”.
O núncio apostólico no México, Christophe Pierre, celebrou nessa segunda-feira (22) missa pelos estudantes, que desapareceram em 26 de setembro em Iguala, no estado de Guerreiro, por justiça e pela reconciliação e paz no país.
“O papa está convosco”, disse Pierre aos parentes dos desaparecidos na cerimônia realizada na Escola Normal Rural de Ayotzinapa, no município de Tixtla, onde estudavam os 43 jovens.
A Igreja Católica partilha a dor e acompanha as famílias permanentemente por meio da oração, acrescentou o representante do papa.
Os pais portavam cartazes com mensagens como Feliz Natal, (Enrique) Peña Nieto, nós vamos continuar a procurar os nossos desaparecidos; Jesus Cristo morreu pela verdade. Onde estão?; ou Feliz Natal, meu filho, onde quer que estejas.
México: Tratores marcam protesto de desaparecimento de jovens
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Depois da missa, os pais se reuniram, durante mais de meia hora, com o núncio, a quem entregaram cartas dirigidas ao papa Francisco. As famílias querem que o líder da Igreja Católica intervenha para tornar o caso mais visível.
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O papa fez referência ao caso em duas ocasiões, a última no dia 12 de novembro. Na Praça São Pedro, Francisco manifestou solidariedade a todos os mexicanos pelos "momentos dolorosos" que vivem e denunciou a “dramática realidade" e "a criminalidade" no México.
Os 43 estudantes desapareceram na noite de 26 de setembro depois de disparos feitos por policiais municipais, quando morreram seis pessoas e 25 ficaram feridas.
Segundo a investigação oficial, os jovens foram detidos por policiais e entregues ao cartel Guerreiros Unidos, que os teria matado no município de Cocula, vizinho a Iguala. As famílias não acrediram nessa versão.
O chefe do gabinete da Presidência, Aurelio Nuño, reconheceu, entretanto, que o país precisa de "transformação profunda" na segurança e na justiça para acabar com o crime.
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Ontem, o governador de Guerrero, Rogelio Ortega, informou que o representante de Cocula, César Miguel Peñaloza, foi detido preventivamente pelo desaparecimento dos estudantes.
Cerca de 80 pessoas foram detidas, dos quais mais de dez policiais municipais em Cocula.
O caso gerou uma crise de credibilidade para o governo e teve impacto negativo na imagem do presidente Peña Nieto.
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Estudantes da Escola Raúl Isidro Burgos são tidos como desaparecidos.
Foto: Ceteg Acapulco
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Abel García Hernandez, morador da região de Tecuanapa, em Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
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Abelardo Vázquez Peniten, morador de Atliaca, Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
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Adán Abrajan de la Cruz, vive no bairro de El Fortín, em Tixtla, Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
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Alexander Mora Venancio, vive na comunidade de El Pericón, em Tecuanapa, Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
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Antonio Santana Maestro, não há informações a respeito de sua residência.
Foto: proyectoambulante.org
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Benjamín Ascencio Bautista, não há informações a respeito de sua residência.
Foto: proyectoambulante.org
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Bernardo Flores Alcaraz, não há informações a respeito de sua residência.
Foto: proyectoambulante.org
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Carlos Iván Ramírez Villareal, não há informações a respeito de sua residência.
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Carlos Lorenzo Hernández Muñoz, morador da Costa, de Guerrero.
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César Manuel González Hernández, morador de Huamantla, no estado de Tlaxcala.
Foto: proyectoambulante.org
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Christian Alfonso Rodríguez Telumbre, morador de Tixtla, Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
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Christian Tomás Colón Garnica, morador de Tlacolula de Matamoros, em Oaxaca.
Foto: proyectoambulante.org
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Cutberto Ortiz Ramos, não há informações a respeito de sua residência.
Foto: proyectoambulante.org
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Doriam González Parral, morador de Xalpatláhuac, em Guerrero, tem um irmão na mesma escola e estavam juntos quando desapareceram
Foto: proyectoambulante.org
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Emiliano Alen Gaspar de la Cruz é um dos 20 alunos do primeiro ano do colégio, não há informações a respeito de sua residência.
Foto: proyectoambulante.org
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Everardo Rodriguez Bello é morador de Omeapa, em Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
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Felipe Arnulfo Rosa morava na região do Rancho Papa, no município de Ayutla de los Libres, em Guerrero.
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Giovanni Galindes Guerrero tem 20 anos e não há informações a respeito de sua residência.
Foto: proyectoambulante.org
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Israel Caballero Sánchez é morador da comunidade indígena de Atliaca, que se localiza na metade do caminho entre Tixtla e Apango, municípios de Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
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Israel Jacinto Lugardo é morador de Atoyac de Álvarez, em Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
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Jesús Jovany Rodríguez Tlatempa estudava no primeiro ano do colégio e é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Jhosivani Guerrero de la Cruz, morador de Omeapa, comunidade localizada a 15 minutos da sede do município de Tixtla, em Guerrero.
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Jonás Trujillo González é morador da Costa Grande, na região de Ticuí, município de Atoyac de Álvarez, em Guerrero.
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Jorge Álvarez Nava é morador do município Juan R. Escudero, em Guerrero.
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Jorge Aníbal Cruz Mendoza é morador de Xalpatláhuac, em Guerrero.
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Jorge Antonio Tizapa Legideño é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Jorge Luis González Parral é o irmão mais velho de Doriam e também morava em Xalpatláhuac, em Guerrero.
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José Ángel Campos Cantor tem 33 anos e é, entre todos os desaparecidos, o mais velho. Ele é morador de Tixtla, em Guerrero.
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José Ángel Navarrete González, não há informações a respeito de sua residência.
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José Eduardo Bartolo Tlatempa é morador de Tixtla, em Guerrero.
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José Luis Luna Torres chegou à escola de Ayotzinapa, de Guerrero, diretamente da região de Amilzingo, em Morelos.
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Julio César López Palotzin é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Leonel Castro Abarca, nasceu na comunidade de El Magueyito, em Tecuanapa, em Guerrero.
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Luis Ángel Abarca Carrillo é da região da Costa Chica, localizada em San Antonio, no município de Cuautepec, em Guerrero.
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Luis Ángel Francisco Arzola, não há informações a respeito de sua residência.
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Magdaleno Rubén Lauro Villegas chegou à escola de Ayotzinapa depois de deixar a região de La Montaña.
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Marcial Pablo Baranda é primo de Jorge Luis e Doriam González Parral. Ele fala a língua indígena e nasceu em Xalpatláhuac, em Guerrero.
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Marco Antonio Gómez Molina é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Martín Getsemany Sánchez García é o quinto de oito irmãos, morador do município de Zumpango, em Guerrero.
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Mauricio Ortega Valerio faz parte de um povo que se denomina 'Matlalapa o Matlinalapa', localizado na região de La Montaña. Ele se preparava para ser professor bilíngue.
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Miguel Ángel Hernández Martínez tem 27 anos e não há informações a respeito de sua residência.
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Miguel Ángel Mendoza Zacarías faz parte de um povo que se autodenomina Apango. Vive no município de Mártir de Cuilapa, em Guerrero.
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Saúl Bruno García é morador de Tecuanapa, em Guerrero.
Foto: <p>Saúl Bruno García é morador de Tecuanapa, em Guerrero.</p>