Milhares de opositores haitianos, que marcharam nesta sexta-feira por várias ruas da capital Porto Príncipe, romperam uma barreira policial e alcançaram a cerca do Palácio Nacional para exigir a "saída imediata" do presidente do Haiti, Michel Martelly, e do primeiro-ministro, Laurent Lamothe.
A manifestação começou em frente à igreja São João Bosco e se dirigiu até a embaixada da França, onde os manifestantes queimaram uma bandeira do país europeu, ao qual acusam de ser responsável pelas "grandes dores de cabeça" do país caribenho.
O Haiti conseguiu sua independência da França no dia 1º de janeiro de 1804, mas teve que pagar enormes tributos durante muitos anos para que a metrópole europeia reconhecesse essa separação.
Após deixar as cercanias da embaixada francesa, a manifestação se dirigiu rumo ao Palácio Nacional, com cantos e palavras de ordem contra Martelly e Lamothe.
Os manifestantes conseguiram superar a barreira policial e chegaram até a cerca metálica da sede do governo, onde penduraram cartazes e insultaram o presidente e o primeiro-ministro do país.
O líder opositor André Fardot, um dos oradores da manifestação, condenou a política de "opressão" do governo de Martelly e exigiu sua "saída imediata" do poder, a libertação de vários dirigentes da oposição e a realização das eleições legislativas e municipais, que foram postergadas.
Os partidos de oposição a Martelly vêm fazendo manifestações quase que diariamente em Porto Príncipe e advertiram que continuarão com os protestos até que o presidente e Lamothe deixem seus cargos.
O primeiro-ministro disse na quinta-feira que o governo "trabalhou constantemente em benefício do diálogo e da organização das eleições" no país.
"Pedimos aos legisladores que colaborem para que estabeleçamos um caminho para realizar eleições e fortalecer a democracia no Haiti", disse Lamothe através do Twitter.