O presidente da Bolívia, Evo Morales, e sua comitiva estão esperando no aeroporto de Viena durante a madrugada desta quarta-feira para poderem concluir sua viagem rumo à América do Sul, e aguardam que a Espanha permita que o avião presidencial entre em seu espaço aéreo e faça um pouso de reabastecimento, disseram fontes bolivianas na capital da Áustria.
Em declarações à Agência Efe, as fontes afirmaram que França e Portugal, que tinham negado o acesso aos seus espaços aéreos e permissões para pousos, já revogaram suas respectivas decisões.
A Itália mantém a proibição, diante da suspeita de que o ex-técnico da CIA Edward Snowden esteja a bordo do avião boliviano, o que a Bolívia negou taxativamente.
O avião oficial boliviano partiu de Moscou na terça-feira à tarde rumo à Bolívia. Quando se aproximava da França, foi informado que não poderia entrar no espaço aéreo do país e, por isso, decidiu aterrissar em Viena, explicaram fontes bolivianas.
Em declarações à Efe, o próprio Morales rejeitou categoricamente que Snowden estava a bordo de seu avião, enquanto o ministro da Defesa boliviano, Rubén Saavedra, denunciou que a vida do líder boliviano tinha sido colocada em "grande perigo".
O incidente de hoje causou grande consternação na América Latina, sobretudo entre os governos da Venezuela e do Equador, que acusaram esta aterrissagem forçada de ser uma violação da soberania boliviana.
O Equador, inclusive, anunciou que convocará uma reunião da Unasul para reagir a este caso, que o ministro das Relações Exteriores do país, Ricardo Patiño, qualificou como "uma grande ofensa".