O presidente da Bolívia, Evo Morales, perguntou neste sábado desde Cuba ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, se punirá o Paraguai perante a decisão do Congresso de aprovar uma emenda constitucional para permitir a reeleição presidencial.
Morales, que está hospitalizado em Havana após passar por uma cirurgia na laringe, utilizou sua conta oficial no Twitter para censurar a gestão de Almagro frente à OEA, que atualmente analisa a suspensão da Venezuela desse organização.
"O Congresso paraguaio agita seu povo. Sr. Luis Almagro, secretário-geral da #OEA. E agora, haverá Carta Democrática para #Paraguai?", escreveu o líder boliviano.
Morales se refere à emenda constitucional aprovada pelo Congresso paraguaio como via para facilitar a reeleição presidencial, aprovada na sexta-feira por 25 senadores em reunião fora do plenário e denunciada como ilegal pela oposição paraguaia.
O projeto aprovado estabelece que os presidentes e vice-presidentes do país podem tentar a reeleição.
A sanção ocorreu sem a presença do resto de senadores e do presidente da câmara, Roberto Acevedo, o que provocou uma série de enfrentamentos, que deixaram um morto e vários manifestantes feridos nas cercanias do edifício, que sofreu grandes danos materiais.
Em meio à crise constitucional mais grave de seu mandato, o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, pediu calma.
A Bolívia também foi palco em fevereiro de manifestações contra uma possível candidatura de Morales em 2019, uma possibilidade rejeitada no referendo popular do 21 de fevereiro de 2016, quando o 53,1% dos bolivianos votaram contra uma proposta governista para modificar a Constituição e permitir assim uma nova reeleição do líder, a quarta consecutiva.
O partido de Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS) e as organizações sociais afins a seu governo buscam uma fórmula para conseguir uma nova candidatura do governante, que inicialmente tinha assegurado que respeitaria os resultados do referendo.
Junto com o tweet sobre o Paraguai, Morales, que é aliado político e econômico da Venezuela, escreveu outros três nos quais também atacou a OEA e Almagro e questionou a autoridade "moral ou ética para defender os direitos humanos e a democracia" do secretário-geral da organização.EFE