Morre padre acusado de crimes na ditadura argentina

5 jun 2014 - 03h14
(atualizado às 03h31)

O sacerdote argentino Aldo Omar Vara, acusado de homicídio e tortura por seu papel durante a ditadura em seu país, morreu no Paraguai, vítima de infarto, enquanto a Promotoria esperava o pedido formal de extradição da Argentina, informou à Agência Efe nesta quarta-feira uma fonte policial.

O padre morreu na tarde de hoje após ser internado com pneumonia em um hospital particular de Ciudad del Este, disse à Efe o delegado principal da Interpol no Paraguai, Fabio Ramón Sanabria.

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Vara, de 80 anos, foi detido no dia 28 de abril em Ciudad del Este, perto da fronteira com o Brasil, e estava em prisão domiciliar na paróquia Virgem do Rosário, onde vivia há três anos.

O religioso foi capelão do 5º Corpo do Exército durante a última ditadura argentina (1976-1983), e foi acusado de "prisão ilegal agravada por ameaças e violência, homicídio qualificado por aleivosia, desaparecimento forçado e tortura", segundo a base de dados de Interpol.

A Promotoria paraguaia estava à espera do pedido de extradição por parte da Argentina, após determinar que o sacerdote ficaria em prisão domiciliar em sua paróquia.

Em dezembro, o Ministério da Justiça e Direitos Humanos da Argentina ofereceu o equivalente a US$ 12,5 mil para quem fornecesse informações que levassem à captura de Vara, dentro de um fundo de recompensas para pessoas que ajudem na captura de acusados de crimes contra a humanidade.

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Segundo a Promotoria, o sacerdote esteve no Uruguai e no Brasil antes de se estabelecer no Paraguai, país que extraditou para a Argentina, desde 1999, quatro acusados de crimes de lesa-humanidade.

Conforme disse à Efe o pároco de Nossa Senhora do Rosário, Ecar Cleider, o sacerdote argentino se entregou voluntariamente à polícia no Paraguai "para não criar um problema".

A polícia o levou então até Assunção, onde um juiz decretou prisão domiciliar, por conta de sua idade avançada e problemas cardíacos, e o padre foi transferido outra vez para a paróquia sob escolta policial.

Ao retornar a Ciudad del Este, Vara pediu para ser amparado na paróquia enquanto cumpria a prisão domiciliar, momento no qual Cleider teve conhecimento, pela primeira vez, do processo contra ele, de acordo com o pároco.

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