Mujica: EUA não devem combater drogas na América Latina

15 mai 2014 - 02h58

A melhor contribuição dos Estados Unidos na luta contra as drogas na América Latina "é não se meter" nisto, opinou nesta quarta-feira o presidente do Uruguai, José Mujica, durante um diálogo na sede do Banco Mundial, em Washington.

Mujica, cujo governo adotou uma inédita política de controle da maconha - liberando a produção, comercialização e consumo - disse que na "América Latina os Estados Unidos ajudam mais quando não se metem" na questão das drogas.

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O presidente uruguaio explicou na véspera, em uma universidade de Washington, que o objetivo central de sua política não é liberar a circulação da maconha, mas sim atacar o tráfico de drogas e permitir o tratamento dos dependentes. "Se uma pessoa se torna um dependente, é preciso identificá-la, porque esta pessoa está doente e precisa de tratamento. Mas se há um mundo clandestino, estamos condenados."

Ao falar na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mujica afirmou nesta quarta que "não estamos aqui para implantar um estado maconheiro ou fomentar a expansão das drogas. Não! Que fique bem claro que não temos nada a ver com esta política de derrotar o mercado vendendo mais maconha. Isto não é o Uruguai"! "Isto foi muito bem pensado, mas podemos estar enganados. Se falhar, vamos dar marcha à ré, mas agora no Uruguai um a cada três presos está na cadeia por causa das drogas...", justificou Mujica.

A inédita experiência uruguaia de liberar a produção e a comercialização da maconha - sob controle estrito do Estado - se converteu em um dos temas centrais da atual visita de Mujica a Washington.

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