Música e exposição marcarão 88º aniversário de Fidel Castro

Data será celebrada com atividades culturais em toda a ilha

12 ago 2014 - 18h29
(atualizado às 18h30)
<p>Lula e Fidel Castro durante um encontro em Havana, em 25 de fevereiro de 2014</p>
Lula e Fidel Castro durante um encontro em Havana, em 25 de fevereiro de 2014
Foto: INSTITUTO LULA / ROBERTO STUCKERT / AFP

O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, afastado do poder desde 2006, completará amanhã 88 anos, um aniversário que será comemorado na ilha com música e uma exposição fotográfica e audiovisual sobre sua figura.

Da mesma forma que em anos anteriores, vários desses festejos coincidem com atos pelo Dia Internacional da Juventude, como um show da popular banda Buena Fe e outros músicos que acontecerá nesta terça-feira em Havana.

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Também será inaugurada na capital a exposição fotográfica e audiovisual "Fidel é Fidel", do diretor cubano Roberto Chile, que durante anos trabalhou diretamente com Castro, filmando e registrando suas diversas atividades.

A mostra incluirá peças audiovisuais que refletem "a personalidade infatigável de Fidel", fotos feitas na última década e uma escultura de bronze inspirada em uma dessas imagens e criada pelo artista cubano Ernesto Rancaño, segundo a imprensa local.

Por sua parte, o Museu de Cera de Bayamo, único de seu tipo na ilha, escolheu a data do aniversário de Castro para inaugurar uma escultura do falecido escritor colombiano Gabriel García Márquez, uma homenagem à estreita amizade que durante décadas o uniu ao ex-presidente cubano.

Fidel, que há oito anos se viu obrigado a delegar a presidência a seu irmão mais novo Raúl Castro por uma doença intestinal, se manteve em silêncio após a morte em abril de Gabo, outra perda próxima para o líder depois que em 2013 morreu seu amigo e aliado, o presidente venezuelano, Hugo Chávez.

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Precisamente amanhã, 13 de agosto, com o aniversário de Castro deve terminar um programa de atividades que os cubanos denominaram "Sim, tenho um irmão", que começou no dia 28 de julho, data em que Chávez teria completado 60 anos, para festejar os aniversários e a amizade entre os líderes.

Em nenhuma dessas homenagens se anunciou a presença do ex-governante, que desde 2006 realiza esporádicas aparições públicas, a última delas em janeiro deste ano, quando compareceu à inauguração de um estúdio de arte em Havana.

Ao longo deste ano, Fidel Castro recebeu em sua casa de Havana várias visitas de personalidades como ocorreu em janeiro quando, por ocasião da 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), se reuniu com pelo menos sete líderes, entre eles a presidente Dilma Rousseff.

Em fevereiro, foi a vez de o líder receber o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto em julho Fidel teve encontros com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o da China, Xi Jinping.

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A este último Castro lhe informou do que parece ser uma de suas principais ocupações em sua retirada: seus estudos sobre o cultivo de plantas para a alimentação humana e animal e as possibilidades de multiplicar essas produções.

Nas últimas semanas, e após meses sem publicar, Fidel Castro voltou a aparecer na imprensa cubana oficial com vários artigos sobre assuntos da atualidade internacional, entre eles a queda do avião da Malaysia Airlines, pela qual culpou à Ucrânia.

Também comentou em outro artigo a recente cúpula de potências emergentes Brics realizada no Brasil para afirmar que Rússia e China "estão convocados" a liderar um "novo mundo" para a "sobrevivência humana" e ressaltar a contribuição que essas potências podem oferecer ao desenvolvimento da América Latina.

No mais recente de seus artigos, publicado no último dia 5 de agosto, Fidel Castro condenou o "Holocausto" e "macabro genocídio" que Israel comete contra os palestinos na Faixa de Gaza.

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O ex-governante cubano chega a seu 88º aniversário em um momento em que Cuba segue imersa no plano de reformas impulsionado por seu irmão, o presidente Raúl Castro, de 83 anos, para atualizar o sistema socialista.

Reformas que, no entanto, não provocaram uma melhora substancial da maltratada economia nacional, afetada este ano por uma etapa de "desaceleração", segundo reconheceu o próprio governo, que rebaixou a previsão de crescimento para 2014.

  
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