Nicolás Maduro anuncia 'Constituinte militar' na Venezuela

Presidente quer 'fortalecer' uma união 'cívico-militar'

9 mai 2017 - 09h11
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (dir.)
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (dir.)
Foto: EFE

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou no fim da noite desta segunda-feira (7) a ativação de uma "Constituinte militar" para fortalecer e aprofundar a "união cívico-militar" e a "revolução bolivariana".

"Vamos definir os perfis e os mandatos constitucionais da união cívico-militar [...] que ajudará a definir os quatro componentes das Forças Armadas", disse para uma plateia de convidados políticos e militares em Caracas.

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Além disso, ele convocou uma "poderosa Constituinte econômica pensando no futuro da pátria". "E quando o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] convocar as eleições diretas e universais, os empresários do país apresentem seus candidatos para que elejam em voto direto, livre, secreto e universal os porta-vozes dos empresários", acrescentou.

No pronunciamento, Maduro ainda convidou a Mesa de Unidade Democrática (MUD), que reúne os partidos e os membros de oposição venezuelana, para participar dos debates com a Comissão Presidencial para a Constituinte, também convocada por Maduro para reescrever diversos pontos - especialmente os eleitorais - aprovados durante o governo de Hugo Chávez.

A oposição já se negou a participar do processo, que classificou de "absolutamente fraudulento" porque as "eleições setoriais" não existem na Carta Magna da Venezuela. Sobre os protestos contra seu governo, que já duram mais de um mês e que deixaram mais de 30 mortos por todo o país, Maduro afirmou que isso tudo faz parte da "guerra psicológica para tentar desmoralizar" a Venezuela.

"Não posso atrasar o que considero a única oportunidade que tem a Venezuela de derrotar os extremistas violentos, a insurgência armada que declarou um setor da direita venezuelana", disse ainda aos presentes no evento.

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Há semanas, milhares de venezuelanos estão indo às ruas para protestar contra a nova Constituinte de Maduro, contra as centenas de prisões políticas que existem no país e contra o fato de que o CNE - a quem acusam de ser dominado por Maduro - não anuncia a data das novas eleições gerais no país.

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Fonte: Ansa
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