O número de mortos em um terremoto devastador no Haiti subiu para 1.297 neste domingo, 15. Países vizinhos correm para enviar ajuda enquanto as equipes de resgate seguem tentando encontrar sobreviventes soterrados sob os escombros antes da chegada de uma tempestade tropical.
O terremoto de magnitude 7,2 que atingiu o país no sábado, 14, destruiu milhares de casas e edifícios em um país caribenho que ainda está lutando para se recuperar de outro grande tremor, 11 anos atrás, e que vive um luto após o assassinato de seu presidente, Jovenel Moïse, no mês passado.
Segundo a Agência de Proteção Civil do Haiti, os hospitais que ainda funcionam estão lutando para lidar com cerca de 5.700 feridos registrados até agora.
O desafio que o Haiti enfrenta foi agravado pela pandemia de coronavírus, uma grave crise econômica - fruto da violência de gangues - e uma crise política que piorou com a morte de Moïse no dia 7 de julho.
Os países vizinhos, incluindo a República Dominicana e o México, apressaram-se em enviar alimentos e medicamentos extremamente necessários por via aérea e através da fronteira terrestre do Haiti.
Os Estados Unidos despacharam suprimentos vitais e mobilizaram uma equipe urbana de busca e resgate de 65 pessoas com equipamento especializado, disse Samantha Power, administradora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
No aeroporto de Porto Príncipe, equipes internacionais de ajuda humanitária, médicos e equipes de resgate esperavam para embarcar em voos para Les Cayes.
Os esforços de resgate e ajuda serão complicados pela tempestade tropical Grace, que deve assolar o Haiti com fortes chuvas na segunda-feira, 16. Algumas partes do Haiti também correm o risco de inundações repentinas, disse o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).
"Estamos nos preparando para a tempestade tropical Grace", disse Chandler, da Agência de Proteção Civil, à Reuters. Milhares de pessoas dormindo nas ruas estariam expostas às chuvas torrenciais em meio a um risco crescente de doenças transmitidas pela água, acrescentou Chandler
As Nações Unidas e o governo haitiano têm lutado para enviar suprimentos médicos e médicos por via rodoviária para a cidade de Les Cayes, que sofreu a maior parte dos danos, devido a questões de segurança. Em vez disso, eles têm usado barcos e transporte aéreo.
Um aumento nos sequestros e na violência de gangues deixou algumas estradas em Porto Príncipe perigosas para dirigir, incluindo a área urbana de Martissant, onde fica a principal via que liga a capital costeira às regiões do sul.
Reportagens na mídia social, incluindo uma entrevista com um suposto líder de gangue, sugeriram que os grupos armados haviam estabelecido uma trégua e deixariam a ajuda passar, embora até agora não tenha havido confirmação disso.
Um "corredor humanitário" através das áreas infestadas de gangues do Haiti deve ser estabelecido para que a ajuda possa fluir para as regiões atingidas pelo cismo, informou um oficial da ONU neste domingo.
* Com informações da Reuters