Obama receberá presidente do Chile nesta segunda-feira

Líderes discutirão acordo de livre comércio, energia e educação

29 jun 2014 - 19h28
(atualizado às 19h31)
<p>A presidente do Chile, Michelle Bachelet, participa de reunião com o presidente dos EUA, Barack Obama, em 23 de junho de 2009, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, DC</p>
A presidente do Chile, Michelle Bachelet, participa de reunião com o presidente dos EUA, Barack Obama, em 23 de junho de 2009, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, DC
Foto: Mandel NGAN / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, receberá nesta segunda-feira a presidente do Chile, Michelle Bachelet, para discutir a cooperação energética e educacional e o Acordo de Associação Transpacífico (TPP).

Acompanhado pelo vice-presidente, Joe Biden, Obama se reunirá pela manhã com Bachelet, que já foi recebida por ele na Casa Branca durante o primeiro mandato da governante chilena, em 2009.

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"A visita ressaltará nossa relação próxima com o Chile e nossa forte aliança com a administração de Bachelet para impulsionar a paz e a segurança globais, a inclusão social e o livre-comércio", disse a Casa Branca.

Com a instabilidade em países como Iraque, Síria e Ucrânia, o governo de Obama não esquece que o Chile é um membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU até dezembro de 2015 e espera-se que os EUA procurem apoio para futuras resoluções sobre os conflitos nestas três países.

Obama "quer consultar Bachelet sobre assuntos do Conselho de Segurança Nacional, outros assuntos multilaterais e regionais e as negociações do TPP, além de como expandir o intercâmbio educacional e aprofundar a colaboração nas áreas de energia, ciência e tecnologia", explicou a Casa Branca.

A visita de Bachelet ocorre após a presidente completar seus primeiros cem dias de governo e é a segunda que Obama mantém em um ano com um chefe de governo chileno, após o encontro de junho de 2013 com o então presidente Sebastián Piñera.

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O Chile é considerado em Washington um dos aliados mais fortes dos EUA na América Latina, e essa relação ganha especial importância diante dos esforços do governo de Obama para fechar antes de novembro as negociações do TPP.

O TPP é um acordo de livre-comércio assinado em 2005 pelo Chile, Brunei, Nova Zelândia e Cingapura, e ao qual agora mais oito países querem se incorporar: Austrália, Canadá, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Peru e Vietnã.

Enquanto Obama quer dar urgência as negociações para tentar aprovar um pacto antes das eleições legislativas de novembro nos EUA, o governo de Bachelet olhou até agora com certa distância para acordo, colocando em dúvida seus benefícios para o país.

"O Chile já tem tratado de livre-comércio separadamente com todos os governos que estão nas negociações do TPP, portanto quer se assegurar de que não perderá nada ao entrar no mega acordo", disse à Agência Efe o presidente do centro de estudos Diálogo Interamericano, Michael Shifter.

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"As questões de propriedade intelectual estarão na agenda, mas é pouco provável que as diferenças entre os dois governos se solucionem neste encontro", acrescentou.

Espera-se que o ministro da Energia do Chile, Máximo Pacheco, assine um acordo no setor com as autoridades americanas, apesar de não estar previsto  a possibilidade de os Estados Unidos exportarem gás natural liquidificado ao Chile, algo que Piñera solicitou no passado.

"O gás natural liquidificado tem o potencial de ser o próximo grande passo na relação bilateral", afirmou o diretor para as Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), Carl Meacham.

"Mas a realização desse potencial pode estar a alguns anos de distância", ponderou Meacham ao lembrar que não se espera que os EUA comecem a exportar esse tipo de gás até 2016.

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A administração de Bachelet fez da agenda energética uma de suas prioridades, para reduzir a forte dependência de um país que importa ao redor de 70% da energia que consome.

Os dois presidentes também falarão sobre cooperação em educação. Obama está interessado em aumentar o intercâmbio com a região, enquanto Bachelet quer "ampliar o acesso aos centros acadêmicos dos EUA", disse Shifter.

  
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