Odebrecht financiou campanha de presidente da Colômbia

10 mar 2017 - 16h10
(atualizado às 18h48)

A Odebrecht repassou US$ 400 mil à campanha de 2010 do atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, para a elaboração de dois milhões de panfletos com a imagem do candidato, revelou nesta sexta-feira o site "Semana.com".

O contrato de US$ 400 mil foi feito com a empresa panamenha de publicidade Impressa Group Corp, de propriedade de María Fernanda Valencia e seu marido na época, Félix Otto Rodríguez, indicou o site da revista "Semana".

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Marcelo Odebrecht
Marcelo Odebrecht
Foto: Agência Brasil

Tanto Valencia como Rodríguez foram convocados pela Promotoria da Colômbia para prestar depoimentos sobre seus vínculos com o caso de corrupção da construtora brasileira na Colômbia. Segundo o site, em seu próximo depoimento, Valencia divulgará os dados que tem sobre a campanha de Santos em 2010 e a ligação com a Odebrecht.

A Promotoria da Colômbia confirmou na última segunda-feira que tem provas que a Odebrecht assumiu despesas das campanhas do presidente Juan Manuel Santos e de seu principal rival nas eleições de 2014, Óscar Iván Zuluaga.

O órgão conseguiu verificar que a Odebrecht assinou um contrato em 2 de fevereiro de 2014 com a companhia panamenha Paddington, ligada à empresa colombiana Sancho BBDO, por US$ 1 milhão, para realizar uma pesquisa de opinião "a fim de conseguir uma aproximação com o governo do presidente Santos".

O objetivo, segundo os promotores, era "viabilizar o reconhecimento e o pagamento direto das reivindicações existentes para aquela época pela ocasião do projeto Rota do Sol II, que chegaram a cerca de US$ 100 milhões".

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O ex-senador Otto Bula, preso pelo escândalo da Odebrecht, afirmou em depoimento que, dos US$ 4,6 milhões que recebeu em propinas, US$ 1 milhão tinha como destino Roberto Prieto, gerente da campanha para reeleição de Santos em 2014.

Além disso, de acordo com as evidências colhidas pelos promotores, a Odebrecht assumiu um pagamento de US$ 1,6 milhão ao publicitário brasileiro Duda Mendonça. O valor seria "correspondente a uma cobrança adicional à soma que inicialmente teria sido acertada por serviços prestados à campanha de Zuluaga".

A construtora também "serviu de ponte", afirmam os promotores, para realizar uma reunião entre diretores da campanha de Zuluaga e Mendonça, que teria ocorrido em fevereiro de 2014 em São Paulo.

O ex-presidente Álvaro Uribe, líder do Centro Democrático, o mesmo partido de Zuluaga, questionou hoje no Twitter quão a quantia de dinheiro precisará ser revelada para que Santos renuncie.

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