Opositora venezuelana reafirma que não participa de diálogo

María Corina Machado afirmou que debate ocorre em "condições absolutamente injustas"; segundo encontro entre governo e oposição acontece na próxima terça-feira

11 abr 2014 - 19h26
<p>Líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado durante uma reunião com o Comitê do Senado Federal, em Brasília, em 2 de abril</p>
Líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado durante uma reunião com o Comitê do Senado Federal, em Brasília, em 2 de abril
Foto: Reuters

A líder da ala mais radical da oposição venezuelana, a deputada destituída María Corina Machado, reafirmou nesta sexta-feira que não vai participar das negociações convocadas pelo governo, que visam encerrar dois meses de protestos sangrentos.

"Isto não é um diálogo. Chamemos as coisas pelo seu nome. É um debate televisionado, em condições absolutamente injustas", declarou Machado em uma coletiva de imprensa, em uma praça de Caracas, quando foi perguntada se participaria do segundo encontro entre governo e oposição, que será realizado na próxima terça.

Publicidade

Na quinta, os dois lado se encontraram no Palácio Miraflores, em um diálogo inédito para solucionar a crise política. As manifestações deixaram 41 mortos, 674 feridos e 175 detidos.

Não estiveram presentes os opositores mais radicais, entre eles Machado, que condicionou sua presença à libertação dos manifestantes que ainda estão presos.

"Se acreditavam que com esta farsa de diálogo ia enganar a comunidade internacional, se equivocaram. Esta enganação de ontem à noite nos dá razões para seguir nas ruas", acrescentou a ex-deputada, destituída recentemente pelo Tribunal Superior de Justiça.

Logo depois, o prefeito do distrito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, anunciou um novo protesto para sábado.

Publicidade

Machado e Ledezma foram os incentivadores da estratégia de ocupar as ruas para forçar a renúncia do presidente Nicolás Maduro, ao lado de Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, que está preso.

As manifestações na Venezuela começaram em San Cristóbal (oeste) em 4 de fevereiro, contra a insegurança nas universidades, e se estenderam pelo país incorporando críticas à situação econômica e à violação de direitos humanos na repressão aos protestos.

Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações