A Justiça paraguaia ordenou nesta sexta-feira a prisão de dois deputados ligados à apreensão de 252 quilos de cocaína que desapareceram de uma unidade policial, um escândalo que abalou a força de segurança e ameaça se espalhar para a esfera política.
Os deputados César Quevedo e José María Bogado são investigados por suposto envolvimento como escoltas do carregamento apreendida há duas semanas no Estado de Amambay e que, sete dias depois, foi devolvido aos narcotraficantes supostamente por policiais.
O governo disse que o caso expôs uma vasta rede de corrupção policial e procura minar a estrutura de força no seu mais alto nível.
O juiz José Valiente determinou que os deputados, pertencentes ao governista Partido Colorado e ao opositor Partido Liberal, permaneçam detidos como medida preventiva na cadeia regional da cidade, localizado a cerca de 500 quilômetros da capital, na fronteira com o Brasil.
Promotores acusaram os deputados de associação criminosa e de resistência, depois que um boletim policial indicou que eles ameaçaram os policiais responsáveis pela operação de apreensão. Os dois políticos estavam viajando a bordo de uma van, perto de onde foi encontrada a cocaína, e o carro foi encontrado mais tarde abandonado.
De acordo com boletins de ocorrência, a droga foi tirada uma semana depois da delegacia de Pedro Juan Caballero pelos próprios agentes uniformizados pelo pátio da sede do quartel-general, onde foi retirada por um carro particular.
Até agora, o destino da droga é desconhecido.