Milhares de pessoas marcharam neste sábado pelas ruas de Lima para "defender a vida", contra o aborto no Peru, país onde é a prática é ilegal. A "Marcha pela Vida", sob o lema "Tomos temos uma criança dentro de nós", foi convocada pelo Arcebispado de Lima e um grupo de coletivos vinculados a várias religiões, e reuniu milhares de pessoas, embora não tenha chegado às 100 mil que esperavam os organizadores.
A concentração percorreu o centro histórico de Lima em celebração ao "Dia da criança por nascer", estabelecido como 25 de março por uma lei aprovada no Congresso em 2002 em "defesa do concebido como sujeito de direito, como se reconhece na Constituição Política do Peru". As leis peruanas só contemplam a possibilidade do aborto terapêutico, aprovado em 1924, mas que nunca pôde ser aplicada de fato por falta da regulamentação.
Organismos sociais e defensores de direitos humanos rechaçaram a marcha, por considerarem que não respeita os direitos das mães, e aproveitaram para mais uma vez exigir que a lei do aborto terapêutico seja regulamentada, uma promessa foi feita pelos últimos governos.
Ao fim da marcha o cardeal Juan Luis Cipriani, arcebispo de Lima e Primaz da Igreja Católica peruana, fez um discurso. "É preciso tomar as ruas e aqui estamos em uma passeata de paz para defender a vida. Somos um povo que ama a vida. Queremos o respeito incondicional ao direito à vida desde a concepção até a morte natural", disse.
Segundo ele, o evento homenageava "a mulher, a mãe de família, a todos vocês que hoje lembrando a nossas mães dizemos: obrigado pela vida". Segundo um comunicado do escritório de imprensa do Arcebispado, o papa Francisco fez chegar sua saudação a todos os participantes da manifestação.
O Papa elogiou "tão louvável iniciativa" e convidou os católicos "a se esforçar decididamente para acolher a vida humana desde seu primeiro instante, cuidando dela com respeito e ternura e a promovendo sempre, pois a vida é o direito básico e fundamental de todo homem e mulher".