O governo do Peru convocou na sexta-feira para consulta seu embaixador em Santiago e enviou uma nota de protesto ao governo do Chile, país que acusa de atos de espionagem.
O anúncio foi feito pela primeira-ministra peruana, Ana Jara.
O ministério das Relações Exteriores enviou uma nota diplomática que informa a convocação para consulta do embaixador.
No texto, o governo peruano expressa "o mais enérgico protesto e repúdio por ações de espionagem contra a segurança nacional".
O chamado para consulta é uma medida diplomática na qual o embaixador retorna temporariamente a seu país em caráter de urgência, como sinal de descontentamento com uma medida ou ação do Estado com o qual mantém relações.
Na nota oficial, a chancelaria peruana pede ao governo chileno que realize "uma rápida e profunda investigação para processar os responsáveis por estes atos" e que informe os resultados ao governo peruano.
Também solicita "garantias de que as ações de espionagem não serão repetidas".
O Peru informou na quinta-feira que investiga três integrantes de sua Marinha por suposta espionagem, entre 2005 e 2012, para o Chile, fato que chamou de "vergonhoso", enquanto o presidente peruano Ollanta Humala considerou a situação "gravíssima para a relação bilateral".
O Chile negou as acusações e respondeu que "não promove nem aceita ações de espionagem em outros Estados nem em seu próprio território".
Peru e Chile, com relações marcadas por altos e baixos desde a Guerra do Pacífico (1879-83), conseguiram uma aproximação na última década graças ao comércio.
Os dois países aceitaram e aplicaram rapidamente a decisão de um tribunal internacional, que em janeiro de 2014 reconheceu para o Peru mais de 50.000 km2 de mar em disputa e traçou de maneira definitiva a fronteira marítima entre ambos.