Maduro chama Trump de "novo Hitler": "engula suas palavras"

19 set 2017 - 18h40
(atualizado às 19h17)
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, faz discurso semanal em Caracas
17/109/2017 Divulgação Palácio de Miraflores via REUTERS
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, faz discurso semanal em Caracas 17/109/2017 Divulgação Palácio de Miraflores via REUTERS
Foto: Reuters

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, classificou Donald Trump como "o novo Hitler", depois que o presidente dos EUA disse que Washington poderia tomar medidas adicionais contra o país sul-americano para restaurar a democracia.

Em um jantar na segunda-feira com presidentes da região antes da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, Trump disse que quer uma rápida "restauração" da democracia no país produtor de petróleo, que, segundo ele, está desmoronando.

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"Podemos classificar (a declaração de Trump) como a agressão do novo Hitler da política internacional", disse Maduro durante um discurso em uma manifestação política.

"A supremacia racial, a supremacia imperial, foi expressada hoje pelo magnata que pensa que é dono do mundo, mas ninguém ameaça a Venezuela", afirmou ele a centenas de simpatizantes. "Que Donald Trump engula suas palavras. Ele vai passar na história e a revolução bolivariana continuará aqui", disse ele.

A oposição e vários países da região têm pedido a Maduro que liberte centenas de "prisioneiros políticos", que respeite os poderes do Parlamento dominado pela oposição e convoque eleições presidenciais no país, que está sofrendo uma grave crise econômica.

O presidente socialista de 54 anos rebateu que na Venezuela não há "ditadura" e que a crise é consequência de uma "guerra econômica" liderada por seus adversários políticos.

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Mais cedo, em um comunicado, a Venezuela argumentou que Trump tem uma "obsessão fatal" com o país e o acusou de exortar os líderes latino-americanos a fazerem uma campanha contra Maduro.

Enquanto Washington impôs sanções financeiras à Venezuela e Trump pediu medidas mais duras, os líderes latino-americanos se apegaram a sanções diplomáticas e descartaram o uso da força, uma opção que o republicano mencionou.

COLÔMBIA

A Venezuela, que sofre com uma inflação de três dígitos, escassez de comida e medicamentos, também questionou as declarações feitas pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, durante uma reunião com Trump e outros líderes latino-americanos, classificada por Maduro como "a ceia de Judas".

"É vergonhoso e detestável que o presidente Santos, tentando impedir uma sanção do governo dos EUA pelo aumento excessivo da produção de cocaína, recorra à tática de projetar a Venezuela como fator de desestabilização", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

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Santos tornou-se muito crítico a Maduro e alinhado com a posição de Washington, que impôs sanções a Caracas para deter o que considera uma "ditadura".

"Nos dói a destruição gradual de sua democracia", disse Santos em um discurso na ONU. "Nós dói a perseguição à oposição política e a violação sistemática dos direitos dos venezuelanos."

"Hoje, reitero o meu apelo ao secretário-geral e a toda a comunidade internacional para apoiar o povo venezuelano na busca de uma solução pacífica que os retome no caminho do progresso, da democracia e da liberdade", acrescentou.

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