A promotoria venezuelana disse nesta sexta-feira (17) que apresentará acusações nas "próximas horas" contra o prefeito opositor de Caracas, Antonio Ledezma, por estar supostamente vinculado a uma conspiração para destituir o governo do presidente do país, Nicolás Maduro.
Maduro acusou Ledezma na quinta-feira (19), junto à deputada deposta María Corina Machado e ao opositor detido Leopoldo López, de planejar um golpe de Estado apoiado pelos Estados Unidos que ocorreria neste mês.
O prefeito, de 59 anos, foi detido na quinta-feira, um ato denunciado por opositores como irregular, e levado ao serviço de inteligência, de onde será transportado para o gabinete de um juiz que assinou a ordem de prisão.
A promotoria disse em comunicado que a detenção ocorreu "por atualmente estar supostamente em andamento atos de conspiração para organizar e executar atos violentos contra o governo democraticamente constituído".
Desde que assumiu o poder depois da morte de Hugo Chávez, Maduro denunciou dezenas de tentativas frustradas contra ele, sem apresentar provas contundentes.
O Departamento de Estado norte-americano negou as acusações mais recentes.
Opositores dizem que as múltiplas acusações de magnicídio e golpes de Estado fracassados têm o objetivo de desviar a atenção dos venezuelanos da escassez aguda, inflação e recessão econômica, no momento em que Maduro se prepara para eleições parlamentares.
O advogado Omar Estacio, defensor de Ledezma, disse ao canal Globovisión que conversou brevemente nesta madrugada com o político, junto à sua mulher, e que ele se mostrou "muito animado e otimista de poder demonstrar que não tem ligação com nenhum tipo de crime".