O presidente de Cuba, Raúl Castro, confirmou que o segundo mandato que está iniciando neste domingo será o último e anunciou que se introduzirá na constituição cubana a limitação dos cargos políticos para um máximo de dez anos.
"Em meu caso, independentemente da data em que se aperfeiçoe a constituição, este será o último mandato", disse o general Castro no discurso que pronunciou na Assembleia Nacional (Parlamento unicameral) após ser ratificado pela Câmara.
Vestido com terno escuro e gravata, Raúl Castro destacou a escolha de Miguel Díaz-Canel como número dois do estado cubano, já que além de primeiro vice-presidente do Conselho de Estado se decidiu que ele seja também do Conselho de Ministros.
"Deve se garantir na cúpula do poder estatal e governamental a unidade executiva frente a qualquer contingência pela perda do líder, de modo que se preserve, sem interrupções de nenhum tipo, a continuidade e estabilidade da nação", afirmou.
O presidente cubano disse que essa decisão dá "particular transcendência histórica e representa um passo definitivo na configuração da direção futura do país, mediante a transferência paulatina e ordenada dos principais cargos às novas gerações".
Esse processo deverá se concretizar no próximo quinquênio, acrescentou.
Sobre a reforma constitucional, à qual já se referiu em ocasiões anteriores, Raúl Castro lembrou que deve ser feita para harmonizar a Constituição com as mudanças derivadas do plano de reformas econômicas que foram realizadas no país.
O dirigente confirmou que a Constituição incluirá a limitação a um máximo de dois períodos consecutivos de cinco anos o desempenho dos principais cargos do país com a novidade que serão estabelecidas idades máxima para ocupar essas responsabilidades.
Raúl Castro foi nomeado formalmente presidente de Cuba em fevereiro de 2008, dois anos após ter assumido de maneira interina a direção do país ao substituir seu irmão Fidel Castro quando este adoeceu e delegou o poder em 2006.