Russas se casam na Argentina e pedem asilo por discriminação

Marina Mironova e Oxana Tomofeeva explicaram que escolheram a Argentina com o desejo de viver "livres e seguras"

15 jul 2014 - 15h53
(atualizado às 15h54)

Um casal de mulheres russas se casou nesta terça-feira em Buenos Aires, e pedirá asilo por discriminação em seu país natal, informou a Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (Falgbt).

Foto: Twitter

Na porta do cartório civil portenho onde selaram a união, Marina Mironova e Oxana Tomofeeva explicaram que escolheram a Argentina com o desejo de viver "livres e seguras", declarou à Agência EFE a vice-presidente da Falgbt e testemunha do casamento, Claudia Castrosín Verdú. Segundo ela, o casal entrou em contato com a instituição por conta da perseguição sofrida na Rússia desde o final de 2012, quando a Câmara dos Deputados aprovou a lei que proíbe a propaganda do homossexualismo.

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"Elas têm um filho de 16 anos e não o querem perder", afirmou a vice-presidente da Falgbt, que denunciou que as leis russas "são cada vez mais extremas" contra a diversidade sexual.

Há alguns meses, Marina e Oxana viram algumas amigas lésbicas serem presas quando tomavam café em um bar de Moscou por levar uma bandeira arco-íris, representativa do movimento LGTB. Este e outros atos discriminatórios fizeram com que elas fugissem do país e fossem pedir asilo na Argentina, apesar não falar Espanhol ou Inglês, explicou a vice-presidente da organização.

Esse é o primeiro casamento de mulheres russas realizado na Argentina. Há cinco meses um casal de gays da mesma nacionalidade fez o mesmo no país e também pedir asilo pelo mesmo motivo.

Na quinta-feira passada, organizações do coletivo homossexual realizaram um "beijaço público" na frente da embaixada russa em Buenos Aires em repúdio à visita do presidente Vladimir Putin à capital argentina.

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Dois dias depois, enquanto a presidente argentina, Cristina Kirchner, se reunia com Putin na Casa Rosada, cidadãos russos e argentinos se manifestaram na frente da sede do Executivo para expressar descontentamento pelo recebimento de um líder que não respeita os direitos de todos.

A união de hoje coincide com a realização do quarto aniversário da aprovação da lei de casamento igualitário na Argentina, que se tornou o primeiro país da América Latina a legalizar as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

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