Soldados invadem reduto de manifestantes na Venezuela

Soldados da Guarda Nacional usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para conter centenas de manifestantes anti-governo neste domingo

17 mar 2014 - 09h36
(atualizado às 09h38)
<p>A Guarda Nacional venezuelana deteve manifestantes contra o governo na praça de Altamira, em Caracas, neste domingo</p>
A Guarda Nacional venezuelana deteve manifestantes contra o governo na praça de Altamira, em Caracas, neste domingo
Foto: Reuters

Tropas venezuelanas invadiram uma praça de Caracas no domingo para expulsar manifestantes que transformaram o local em uma fortaleza durante seis semanas de manifestações contra o presidente Nicolás Maduro.

Manifestante anti-governo foge de gás lacrimogêneo usado pela guarda nacional contra protestos na praça de Caracas, neste domingo
Foto: Reuters

Soldados da Guarda Nacional usaram gás lacrimogêneo e canhões de água contra centenas de manifestantes que atiraram pedras e algumas bombas de gasolina antes de abandonarem a Plaza Altamira, em Caracas, palco de confrontos diários.

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Alguns soldados em motocicletas cercaram os manifestantes na praça, segundo testemunhas. As tropas, em seguida, começaram a demolir as barricadas dos manifestantes, cumprindo a promessa de Maduro de retomar o controle do local.

"Nós vamos continuar liberando espaços tomados pelos manifestantes", disse Maduro, sucessor do falecido líder Hugo Chávez, em um comício pró-governo em Caracas no domingo.

Militantes da oposição e estudantes vêm pedindo aos venezuelanos para que saiam às ruas para protestar contra questões que vão desde a criminalidade e a escassez de produtos básicos à presença de assessores cubanos no Exército e em outras instituições estatais da Venezuela.

Soldados da Guarda Nacional avançaram contra barricadas de manifestantes anti-governo na praça de Altamira. Oponentes do governo de Maduro marcharam neste domingo para protestar contra interferência cubana nas Forças Armadas
Foto: Reuters

No domingo, milhares marcharam em direção à base aérea militar Carlota, na última demonstração diária contra o governo socialista. Os protestos começaram no início de fevereiro.

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"Eu passei cinco ou seis horas em uma fila apenas para comprar dois pacotes de farinha, ou duas garrafas de óleo de cozinha", disse o aposentado Pedro Pérez, de 64 anos, num comício da oposição.

"Além disso, estou protestando contra a insegurança e as mentiras deste governo para os venezuelanos, trazendo soldados cubanos aqui... Este é um país sem governo, não podemos continuar assim."

Em mais um dia de manifestações em todo o país, milhares de partidários do governo também marcharam pacificamente em Caracas para elogiar as políticas de alimentação do governo.

"Vamos fortalecer a fraternidade entre os povos da Venezuela e de Cuba", disse Maduro em resposta às palavras de ordem anti-Cuba da marcha da oposição.

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A Venezuela fornece mais de 100 mil barris por dia de petróleo para Cuba, e é paga em parte pela presença de mais de 30 mil médicos, treinadores esportivos e outros profissionais da ilha caribenha comunista.

Venezuela: novas manifestações ocupam Caracas e arredores:

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