O governo uruguaio considera superado o mal-estar com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que chamou de "covarde" o vice-presidente do Uruguai, Raúl Sendic, num episódio que despertou atritos entre os dois governos de esquerda.
"O chanceler [do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa] afirmou que dava por superado o incidente", disse o ministro interino do Turismo uruguaio, Benjamin Liberoff, porta-voz da reunião semanal de ministros do governo de Tabaré Vázquez.
Nin Novoa encabeçou, com base na presidência rotativa da Unasul que corresponde ao Uruguai, a reunião de chanceleres do organismo regional celebrada no final de semana em Quito.
Consultado pela imprensa, Liberoff se limitou a repetir os termos da declaração da Unasul do final de semana, que apoia a Venezuela em seu desacordo com os Estados Unidos.
No sábado, os países sul-americanos deram um sólido respaldo ao presidente Maduro e pediram aos Estados Unidos que revogue a ordem executiva através da qual sancionou funcionários venezuelanos e considerou a Venezuela como uma "ameaça extraordinária e incomum" a sua segurança nacional.
No último 3 de março, o vice-presidente uruguaio Sendic disse a jornalistas que não tinha elementos para acompanhar Maduro na afirmação de que existem ingerências externas na Venezuela.
Em rede de televisão, Maduro disparou contra Sendic e disse: "Um amigo no sul, um grande amigo, que tem um bom cargo no governo, declarou que não lhe constava a ingerência dos Estados Unidos sobre a Venezuela".
"Que vergonha essa declaração. (ex-presidente Hugo) "Chávez me dizia: 'Fique tranquilo, Nicolás, que o mundo está cheio de covardes'.
O governo uruguaio considerou "inamistosas" tais declarações e convocou o embaixador venezuelano em Montevidéu para pedir explicações, ao mesmo tempo que manifestou seu "mal estar" com a situação.