Uruguai considera 'superada' tensão diplomática com Maduro

Nicolás Maduro chamou de "covarde" o vice-presidente do Uruguai, Raúl Sendic

16 mar 2015 - 22h12
(atualizado em 17/3/2015 às 08h15)
<p>O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante ato no lado de fora do Palácio Miraflores, em Caracas, no domingo</p>
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante ato no lado de fora do Palácio Miraflores, em Caracas, no domingo
Foto: Jorge Silva / Reuters

O governo uruguaio considera superado o mal-estar com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que chamou de "covarde" o vice-presidente do Uruguai, Raúl Sendic, num episódio que despertou atritos entre os dois governos de esquerda.

"O chanceler [do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa] afirmou que dava por superado o incidente", disse o ministro interino do Turismo uruguaio, Benjamin Liberoff, porta-voz da reunião semanal de ministros do governo de Tabaré Vázquez.

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Nin Novoa encabeçou, com base na presidência rotativa da Unasul que corresponde ao Uruguai, a reunião de chanceleres do organismo regional celebrada no final de semana em Quito.

Consultado pela imprensa, Liberoff se limitou a repetir os termos da declaração da Unasul do final de semana, que apoia a Venezuela em seu desacordo com os Estados Unidos.

No sábado, os países sul-americanos deram um sólido respaldo ao presidente Maduro e pediram aos Estados Unidos que revogue a ordem executiva através da qual sancionou funcionários venezuelanos e considerou a Venezuela como uma "ameaça extraordinária e incomum" a sua segurança nacional.

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No último 3 de março, o vice-presidente uruguaio Sendic disse a jornalistas que não tinha elementos para acompanhar Maduro na afirmação de que existem ingerências externas na Venezuela.

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Em rede de televisão, Maduro disparou contra Sendic e disse: "Um amigo no sul, um grande amigo, que tem um bom cargo no governo, declarou que não lhe constava a ingerência dos Estados Unidos sobre a Venezuela".

"Que vergonha essa declaração. (ex-presidente Hugo) "Chávez me dizia: 'Fique tranquilo, Nicolás, que o mundo está cheio de covardes'.

O governo uruguaio considerou "inamistosas" tais declarações e convocou o embaixador venezuelano em Montevidéu para pedir explicações, ao mesmo tempo que manifestou seu "mal estar" com a situação.

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