O Uruguai convocou nesta sexta-feira os interessados em produzir e distribuir maconha para uso recreativo a fim de discutir o modelo para implementar a legalização da droga, que ainda não pôde ser lançado pela falta de precedentes.
Há seis meses, o país sul-americano tornou-se o primeiro no mundo a legalizar a maconha, da produção até o consumo, tendo o Estado como regulador, uma medida rejeitada por 64 por cento dos uruguaios.
Agora, o recém-criado Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA) disse que vai receber propostas até 18 de agosto para lançar as bases para a concessão das primeiras cinco licenças de produção e distribuição, com uma duração de cinco anos.
Drogas: da legalização à pena de morte
"Este convite é dirigido a todos os interessados na produção e distribuição de maconha psicoativa para distribuir em farmácias, com a finalidade de conseguir as melhores soluções técnicas e econômicas", disse o instituto no documento.
Aqueles que obtiverem as licenças poderão produzir entre 1 e 2 toneladas de maconha anualmente e distribuí-la às farmácias a cada 15 dias em embalagens de 5 ou 10 gramas embaladas a vácuo. Os usuários registrados em uma lista confidencial poderão comprar até 10 gramas por semana.
A iniciativa de legalizar a maconha do presidente José Mujica, ex-guerrilheiro de 79 anos, tem como objetivo torná-la uma nova alternativa para combater o crime e a violência ligada ao tráfico de drogas.