Não é só o povo brasileiro que decide seus novos representantes neste domingo, 27. No 'vizinho' Uruguai, é dia do primeiro turno da eleição presidencial, que definirá o sucessor do atual presidente do país, Lacalle Pou, de centro-direita. Pouco mais de 2,7 milhões de uruguaios sairão de suas casas para eleger, além do presidente e vice-presidente, 30 senadores e 99 deputados.
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Como a constituição uruguaia não permite que o político tente uma reeleição, ele está fora da disputa, que tem como favorito nas pesquisas Yamandú Orsi. O esquerdista apoiado pelo ex-presidente José "Pepe" Mujica tem de 41% a 47% do eleitorado do seu lado. Ele faz parte da Frente Ampla, uma tradicional coalizão de esquerda no país.
Natural de Canelones, região metropolitana de Montevidéu, o candidato de 57 anos fez carreira como professor de história e lecionou até 2005, quando iniciou a transição para a vida política. Em Canelones, Orsi foi secretário-geral por quase 10 anos e prefeito por dois mandatos. Ele só deixou o cargo para disputar as internas partidárias da Frente Ampla em junho.
Dentro da coalização, a campanha foi bem sucedida. Orsi venceu as internas com mais de 60% dos votos, superando a ex-prefeita de Montevidéu Carolina Cosse, que contava com o apoio de comunistas e socialistas e se tornou sua companheira de chapa.
Candidatos de centro esperam segundo turno
Mesmo com o favoritismo de Yamamandú Orsi, as pesquisas indicam que haverá segundo turno no Uruguai. O esquerdista poderá enfrentar os candidatos dos partidos da coalizão liderada pelo presidente Lacalle Pou. O atual chefe do Executivo tem 47% de aprovação entre os uruguaios e tenta emplacar seu sucessor, já que não pode concorrer à reeleição por lei.
Quem aparece em segundo lugar é Álvaro Delgado, do Partido Nacional. O político conquistou de 20% a 25% das intenções de voto, segundo as pesquisas. A relação dele com Lacalle Pou é estreita: Dellgado foi secretário da Presidência durante todo o mandato. Fora da política, o candidato de 55 anos fez carreira na Veterinária.
Atrás dele esá Andrés Ojeda, do Partido Colorado. As pesquisas indicam que 15% do eleitorado está com ele. O uruguaio de 40 anos é o mais novo entre os três mais bem colocados e é advogado. Ele se apresenta como o "novo rosto" da política e vem sendo comparado ao presidente argentino Javier Milei, por sua estratégia eleitoral.
Mesmo com um cenário eleitoral bem definido, o Uruguai poderá adiar a decisão do novo presidente para o dia 24 de novembro, data marcada para um provável segundo turno. Caso nenhum dos candidatos receba mais de 50% dos votos, a corrida eleitoral se estenderá da mesma maneira que acontece no Brasil, com os dois mais bem votados em disputa.
A previsão é que Yamandú Orsi enfrente Delgado ou Ojeda, que deverão declarar apoio entre si.
*Com informações de Estadão Conteúdo