O governo da Venezuela comemorou o que considerou "uma nova vitória internacional contra a extrema direita" e as supostas "manobras" do Panamá no seio da Organização dos Estados Americanos (OEA), após ter sido suprimido na sessão desta sexta-feira o ponto referente à situação do país sul-americano. "O governo da Venezuela, após ter colhido uma nova vitória internacional frente à extrema direita e ao golpismo, manifesta seu mais firme repúdio às manobras que o governo saliente do Panamá tentou promover no seio da OEA", declarou a chancelaria venezuelana em comunicado.
Além disso, criticou que o "governo saliente do Panamá" tenha designado como "representante alternativo perante a OEA" a legisladora María Corina Machado, "uma deputada venezuelana que lidera a tentativa de golpe de Estado contra a democracia venezuelana e personifica a agenda intervencionista dos Estados Unidos" no país.
O comunicado destacou, além disso, que o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, e Machado são "herdeiros das piores correntes fascistas" da região e ressaltou que hoje "foram ridicularizados" e fracassaram. A nota garante ainda que o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, "continuará exercendo todas as ações necessárias para proteger e fazer respeitar a dignidade do povo e a terra" de Simón Bolívar.
Durante mais de oito horas de debate fechado à imprensa no Conselho Permanente da OEA, em Washington, os países aliados da Venezuela fizeram uso de uma série de recursos de procedimento para impedir o discurso de Machado, que só pôde falar durante alguns segundos no final.
A Venezuela rompeu relações diplomáticas e econômicas com o Panamá no último dia 5 em reação a seu pedido de promover uma reunião na OEA para abordar a situação do país sul-americano, afetado por protestos há cinco semanas que deixaram até o momento 31 mortos, mais de 400 feridos e mais de mil de detidos.
1 de 15
Manifestantes saem às ruas da Venezuela há mais de um mês contra o governo de Nicolás Maduro, reclamando da insegurança, inflação e a escassez de produtos básicos no país. Em 12 de fevereiro, foi registrada a primeira morte em protestos - que já somam mais de 30, de acordo com a procuradora-geral
Foto: Reuters
2 de 15
Após protestos sangrentos em várias cidades da Venezuela, o presidente Maduro classificou a violência como um "golpe de Estado em desenvolvimento", referindo-se aos grupos de ultradireita ligados a alguns partidos da oposição. Esta, por sua vez, responsabilizou o governo pelos confrontos
Foto: Reuters
3 de 15
Depois das primeiras mortes, a Justiça venezuelana emitiu mandados de prisão contra alguns opositores, entre eles, o líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López, sob acusação de assassinato. López se entregou dias depois
Foto: Reuters
4 de 15
Ainda em fevereiro, líderes estudantis da Venezuela afirmaram que continuariam nas ruas até que suas demandas sejam atendidas
Foto: Reuters
5 de 15
Em 14 de fevereiro, dois dias após a primeira morte, a ONU pediu para que a Venezuela processasse os responsáveis por ataques contra manifestantes antigovernamentais
Foto: Reuters
6 de 15
Entre as repercussões das manifestações, o governo criticou internautas por circularem imagens "falsas", depois de usuários terem postado fotos que alegavam terem tirado nas ruas da Venezuela, mas cuja origem foi rastreada a lugares como Egito, Grécia e Espanha
Foto: Reuters
7 de 15
Na manhã de 20 de março, a procuradora-geral da Venezuela, Luísa Ortega, afirmou que já ocorreram 31 mortes e que mais de 400 pessoas ficaram feridas
Foto: Reuters
8 de 15
Manifestantes posaram para fotos na Praça Altamira, em Caracas, palco de muitos protestos
Foto: Reuters
9 de 15
O Tribunal Superior da Venezuela ordenou que prefeitos da oposição desmantelem as barricadas levantadas por manifestantes de rua
Foto: Reuters
10 de 15
None
Foto: Reuters
11 de 15
None
Foto: Reuters
12 de 15
None
Foto: Reuters
13 de 15
None
Foto: Reuters
14 de 15
None
Foto: Reuters
15 de 15
None
Foto: Reuters