O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, anunciou na quinta-feira que apresentará nesta sexta-feira na União das Nações Sul-americanas (Unasul), cujos ministros das Relações Exteriores se reúnem no Equador, a "primeira denúncia formal" contra o governo e o Senado dos Estados Unidos por "ingerência" nos assuntos internos venezuelanos.
Jaua disse aos jornalistas que também transmitirá aos ministros e altos funcionários presentes na reunião em Galápagos a solicitação do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para que seja convocado um encontro do Conselho de chefes de Estado da Unasul.
Nessa reunião, o governo venezuelano denunciará "a tentativa de derrubada violenta" que vem sofrendo e a "ingerência" dos EUA por meio da aplicação de sanções aprovadas pelo Senado do país, segundo o ministro, que as considerou "ilegais, unilaterais, injustificadas e que violam" o direito internacional.
Segundo Jaua, Maduro deseja, na eventual cúpula, "expor aos presidentes a situação" que a Venezuela atravessou e que "superou com a força da institucionalidade democrática", com o acompanhamento da Unasul, além de obter o apoio dos presidentes do bloco. Para essa reunião, as agendas presidenciais deverão ser coordenadas previamente, mas o titular de Relações Exteriores da Venezuela acredita que a cúpula aconteça "o mais breve possível".
O ministro, que destacou o trabalho da Unasul no acompanhamento do diálogo entre o governo e a oposição na Venezuela, lamentou que esta, "encorajada" por setores americanos, tenha "congelado" as conversas, mas disse que a intenção de Maduro é continuar com elas.
Sobre o pedido da oposição para que o governo faça um gesto que demonstre seu interesse em retomar o diálogo, Jaua disse que essa solicitação não pode ser feita "com base na inabilitação do Estado venezuelano" para garantir a ordem pública, a paz e a democracia.
Em sua opinião, também não se pode colocar esse pedido para "contribuir para a impunidade" dos "violadores de direitos humanos" como o "responsável pelo massacre do 11 abril de 2002", cujo nome não citou.
A oposição pede uma medida humanitária em favor do delegado Ivan Simonovis, condenado a 30 anos de prisão por dois dos 19 assassinatos ocorridos naquele dia, durante o fracassado golpe de Estado contra o então presidente venezuelano, o falecido Hugo Chávez.
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