Venezuela fecha escolas e negócios em 2º dia de blecaute

8 mar 2019 - 09h39
(atualizado às 13h05)
Restaurante de Caracas sem luz devido a blecaute
08/03/2019
REUTERS/Carlos Jasso
Restaurante de Caracas sem luz devido a blecaute 08/03/2019 REUTERS/Carlos Jasso
Foto: Reuters

A Venezuela fechou escolas e suspendeu o horário comercial, nesta sexta-feira, depois que a capital Caracas e outras grandes cidades amanheceram sem eletricidade devido a um problema que afetou a principal usina hidrelétrica do país na véspera.

Grande parte da Venezuela estava sem energia desde a tarde de quinta-feira devido a transtornos na usina de Guri, um blecaute demorado que prejudicou a rede telefônica e o metrô de Caracas.

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O presidente Nicolás Maduro "suspendeu as aulas e o dia de trabalho para facilitar os esforços para a recuperação do serviço elétrico do país", tuitou a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez.

Ainda na quinta-feira, o ministro da Energia Elétrica, Luis Motta Domínguez, atribuiu as dificuldades na usina hidrelétrica a uma "sabotagem", sem dar maiores detalhes.

Os cortes de energia se tornaram frequentes no país-membro da Opep, que sofre há cinco anos com uma recessão profunda e uma hiperinflação que erodiu a qualidade dos serviços públicos.

Na capital, dezenas de pessoas andavam pelas ruas no início da manhã devido ao fechamento do metrô, e outras pegavam os poucos ônibus que circulavam. Muitas não estavam cientes da suspensão do dia útil por não terem conseguido ver televisão ou ouvir as notícias.

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"Isto é um problema grave. Não é um blecaute qualquer", disse Luis Martínez, de 53 anos, enquanto caminhava para o trabalho no leste de Caracas.

A Venezuela está atravessando uma crise política desde janeiro, quando o líder opositor Juan Guaidó se proclamou presidente interino invocando a Constituição.

Ele foi reconhecido pelos Estados Unidos e dezenas de outros países, que dizem que a reeleição de Maduro no ano passado foi fraudulenta.

Maduro, por sua vez, diz que Guaidó é um "fantoche" de Washington, que acusa de querer depô-lo para se apossar da riqueza petrolífera da Venezuela.

No hospital público Domingo Luciani, no leste de Caracas, um gerador de emergência garante a energia, disse um funcionário que limpava o local.

"É a primeira vez que passamos um dia e uma noite sem energia", contou Elcida Pérez, de 45 anos.

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