Venezuela pedirá reunião da Unasul para discutir crise

Chanceler venezuelano disse ter recebido apoio do Brasil para debater o que chama de "ameaça à democracia"

28 fev 2014 - 11h18

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, disse nesta sexta-feira ter recebido apoio do chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, para a realização de uma cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) para discutir as “ameaças à democracia da Venezuela”. Ele viajará ainda hoje para o Suriname, que exerce a presidência do grupo, para pedir formalmente a convocação do encontro.

“Acreditamos que nossas instituições regionais têm uma maior eficácia que outras organizações que não demonstraram ao longo de sua história a mesma capacidade para encontrar mecanismos que permitam rapidez em desativar intenções de agressão contra a democracia”, disse Jaua a jornalistas, na Embaixada da Venezuela em Brasília.

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Jaua viajou por países do Mercosul em busca de apoio ao governo de Nicolás Maduro, que enfrenta violentos protestos, classificados pelo país vizinho como uma tentativa de golpe de Estado.

Lembrando das decisões tomadas pela Unasul sobre o Paraguai no caso do impeachment do ex-presidente Fernando Lugo, o chanceler venezuelano disse que o bloco “tem se mostrado muito eficiente para a solução de conflitos na região”. Jaua não aceita interferência de outros organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), que é integrada pelos Estados Unidos. Após deixar o Brasil, o chanceler irá ao Suriname formalizar o pedido para a realização da reunião.

Jaua disse ter entregue a Figueiredo informes sobre a situação da Venezuela. Em uma apresentação a jornalistas brasileiros, o chanceler mostrou fotos de prédios públicos supostamente atacados por opositores e protestos que sugeririam a morte de chavistas. Uma das imagens exibia uma camiseta com a frase: “Venezuela precisa de ti, mata um chavista”.

“A natureza da violência não está sustentada na reivindicação do bem-estar social, é de natureza política e ideológica, por uma corrente de pensamento neofascista”, disse, ao descartar que os protestos na Venezuela sejam por melhorias de qualidade de vida.

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Segundo o chanceler, os protestos da Venezuela são restritos a 18 das 335 cidades e a maior parte dos mortos nas manifestações são decorrentes de grupos opositores violentos. “Se articula na imprensa internacional para mostrar que o estado da Venezuela está fazendo uma repressão brutal e ocasionando dezenas de mortos, mas na realidade dos 14 mortos só três estariam vinculados a funcionários de órgãos policiais, que atuavam devidamente. No resto, os mortos estão ligados a bloqueios de grupos armados”, disse.

Fonte: Terra
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