A Justiça venezuelana decidiu nesta quarta-feira processar Daniel Ceballos, ex-prefeito opositor de San Cristóbal (oeste), berço dos protestos contra o governo, detido preventivamente há quase quatro meses após ser acusado pelo oficialismo de incitar a violência.
"Em virtude da acusação apresentada pelo Ministério Público, foi ordenada a passagem para julgamento do ex-prefeito de San Cristóbal no estado Táchira Daniel Omar Ceballos Morales, detido em 19 de março do presente ano, por sua ligação com os episódios de violência ocorridos nessa jurisdição andina", anunciou a Procuradoria venezuelana em um comunicado. O texto não especifica a data do julgamento de Ceballos, acusado dos crimes de rebelião e de conspiração.
Depois de sua detenção, o ex-prefeito foi condenado a um ano de prisão e destituído do cargo. Passados dois meses, o posto foi ocupado por sua mulher, Patricia de Ceballos, vencedora da eleição municipal que se seguiu à sua destituição.
Ceballos é um dos dirigentes opositores detidos em meio à onda de protestos contra a insegurança e a crise econômica iniciada em San Cristóbal, em 4 de fevereiro passado. Pelo menos 43 pessoas morreram, e centenas ficaram feridas.
Junto com Leopoldo López, líder de seu grupo Vontade Popular (VP) e detido na mesma prisão, Ceballos é partidário de "A saída", a estratégia de ocupar as ruas e forçar a renúncia de Maduro, eleito em abril de 2013. O presidente classificou o movimento de "golpe de Estado em desenvolvimento".
Em uma tentativa para pôr fim a esses protestos, que foram perdendo intensidade, governo e oposição se reuniram no âmbito de um diálogo de paz, rompido desde maio. Nessa época, a coalizão de mais de 30 partidos opositores Mesa de Unidade Democrática (MUD) criticou a falta de avanços nos acordos alcançados em reuniões prévias com o oficialismo.
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Manifestantes "inundaram" as ruas do país neste domingo contra o atual governo
Foto: Reuters
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Marcha pacífica reclamava sobre governo; milhares participaram da manifestação em pleno Carnaval
Foto: Reuters
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Manifestantes participaram de um grande protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro na região metropolitana de Caracas, neste domingo, 2 de março
Foto: David González
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Uma marcha pacífica foi realizada nas cidades de Chacao, Baruta e Sucre, região metropolitana de Caracas, neste domingo, 2 de março
Foto: David González
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A Venezuela enfrenta uma de suas piores crises em uma década. Foto tirada em mais uma grande manifestação realizada na zona metropolitana de Caracas, em 2 de março
Foto: David González
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As manifestações das últimas semanas deixaram pelo menos 18 pessoas mortas, em função da violência que tomou conta de alguns protestos e confrontos entre manifestantes encapuzados, forças de segurança e militantes pró-governo
Foto: David González
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Manifestante exibe cartaz com a mensagem "A censura deste governo demonstra sua incompetência", durante protesto neste domingo, 2 de março, na região metropolitana de Caracas
Foto: David González
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Manifestantes participaram de um grande protesto contra o governo do presidente Nicolás Maduro nos arredores de Caracas, neste domingo, 2 de março
Foto: David González
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Manifestantes também protestaram pela liberdade de imprensa, neste domingo, 2 de março, em cidades da região metropolitana de Caracas
Foto: David González
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Venezuela: novas manifestações ocupam Caracas e arredores
Foto: David González
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Bandeiras do país foram carregadas por manifestantes neste domingo
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Manifestantes venezuelanos foram às ruas neste domingo, 2 de março
Foto: Reuters
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Manifestante segura cartaz contra o governo e a censura que estaria sendo aplicada aos meios de comunicação no país