Venezuela volta a acusar EUA por onda de protestos

3 mai 2014 - 01h03
(atualizado às 01h54)

O ministro do Interior da Venezuela, Miguel Rodríguez, voltou a acusar os Estados Unidos, nesta sexta-feira, pela onda de protestos que sacode o país, que seria uma conspiração de Washington com políticos opositores, empresários, banqueiros e líderes estudantis para derrubar o governo do presidente Nicolás Maduro.

A Venezuela é abalada desde fevereiro passado por protestos que já deixaram 41 mortos, mais de 700 feridos e inúmeros detidos.

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Em uma exposição de 45 minutos convocada para "difundir um relatório completo de todas as pessoas que estão por trás do golpe de Estado", o ministro afirmou que o plano atende "a dois objetivos principais do grande Império - Estados Unidos - contra a Venezuela: impedir a propagação continental do pensamento bolivariano e se apropriar da maior reserva de petróleo do planeta".

Segundo o general Rodríguez, o governo já identificou "58 estrangeiros" envolvidos nos protestos, incluindo um americano e dois colombianos. O ministro disse que dirigentes da oposição, como Leopoldo López e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, os líderes estudantis Gaby Arellano e Juan Requesens, e a congressista cubano-americana Ileana Ros estão entre os envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

Na noite de quinta-feira, agentes de Inteligência fortemente armados, em três veículos, permaneceram durante horas nas proximidades do escritório de Henrique Capriles, principal líder da oposição venezuelana e candidato presidencial derrotado por Maduro nas últimas eleições.

Os venezuelanos protestam há três meses contra uma inflação anual de quase 60%, um desabastecimento crônico de produtos como leite, café, açúcar, desodorantes e até papel higiênico, e uma violência crescente nas grandes cidades do país.

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