O presidente russo Vladimir Putin chegou a Argentina na manhã deste sábado e dirigiu-se diretamente para a Casa Rosada com o objetivo de reunir-se com a presidente Cristina Fernandes de Kirchner.
À espera do chefe de estado russo, estavam, além da comitiva oficial, um grupo de manifestantes organizado pela Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (FALGBT) reunidos na praça de Maio. Entre eles, havia também cerca de 50 manifestantes entoando bandeiras de Ucrânia, país que se tornou um dos principais rivais da Rússia desde o fim do ano passado.
O objetivo do ato é levar até o conhecimento do presidente a situação na qual se encontram alguns dos cidadãos russos que emigraram à Argentina na tentativa de fugir das duras leis que criminalizam a diversidade sexual no país. Uma das organizadoras da manifestação Claudia Castrosín Verdú conta que "A FALGBT vem trabalhando para que os refugiados possam reconstruir suas vidas no nosso país”.
Para o presidente da FALGBT, Esteban Paulón, a visita de Vladimir Putin é uma oportunidade de destacar o atraso do país em relação a políticas de igualdade. Segundo ele, "a chegada de Putin, em um momento no qual a violência exercida na Rússia contra a comunidade LGBT não apenas cresce, senão que é provida por instâncias estatais, e ainda, em um data próxima ao aniversário de 4 anos da promulgação da Lei do Casamento Igualitário argentina, nos obriga a manifestar o nosso repúdio”, justifica.
Para Esteban, Putin terá a oportunidade de presenciar como na Argentina a convivência com a diversidade, respeitando a igualdade de direitos e promovendo a não discriminação, é algo possível e benéfico para toda a sociedade.
No entanto, o presidente russo não terá muito tempo para ter contato com o país e suas posições políticas em termos de direitos humanos. Putin parte para o Brasil ainda hoje, logo após o jantar oficial com a presidente argentina. O chefe de estado russo assistirá a final da Copa no Rio de Janeiro, seguindo para Fortaleza, onde participa da sexta cúpula dos Brics e no dia 15 segue, seguindo para Brasília no dia 16 para a reunião com os países membros da Unasur.