Os líderes das maiores economias do mundo precisam enviar um sinal claro sobre a necessidade de combater o aquecimento global, disse nesta segunda-feira o Azerbaijão, anfitrião da cúpula climática da ONU COP29.
O apelo foi feito no momento em que os líderes do G20 se reúnem no Brasil, com o clima como mais um item em uma agenda que abrange a guerra na Ucrânia e as implicações da vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.
Em Baku, o principal objetivo dos quase 200 países reunidos para a COP29 é chegar a um acordo sobre como fornecer trilhões de dólares em financiamento para projetos climáticos. As negociações sobre uma nova meta de financiamento e corte de emissões atolaram.
"Não podemos ter sucesso sem eles, e o mundo está esperando por eles", disse o presidente da COP29, Mukhtar Babayev, acrescentando: "Eles são responsáveis por 85% do PIB global e 80% das emissões".
"Pedimos a eles que usem a reunião do G20 para enviar um sinal positivo de seu compromisso com o combate à crise climática. Queremos que eles forneçam mandatos claros para a COP29", disse, em uma entrevista coletiva em Baku.
Embora o G20 pareça ter chegado a um acordo sobre financiamento climático, antes de o texto ser visto não estava claro para os presentes em Baku o que foi acordado e como isso afetaria as negociações, que entraram em sua segunda semana no Azerbaijão.
O chefe climático da ONU, Simon Stiell, alertou os líderes que estão prestes a chegar para ajudar a impulsionar um acordo a não perderem tempo com "blefes, táticas perigosas e manuais premeditados".
"Conseguiremos realizar o trabalho apenas se as partes estiverem preparadas para avançar em paralelo, aproximando-nos de um terreno comum", disse, acrescentando: "Portanto, vamos parar com a teatralidade e começar a trabalhar de verdade."
Outra área polêmica de discussão foi como levar adiante um acordo fechado em Dubai no ano passado sobre a transição dos combustíveis fósseis que prejudicam o clima.
Uma disputa sobre esse assunto atrasou o início das negociações na semana passada e parece que houve pouco progresso em direção a uma solução.
Os países europeus e os pequenos países insulares enfrentaram o grupo de nações árabes quanto ao destaque que o futuro dos combustíveis fósseis deve ter na agenda e como os países devem ser responsabilizados pelas promessas que fizeram no ano passado.