Ao final do Fórum Econômico Mundial, estrela de Greta ofusca seus críticos

24 jan 2020 - 12h47

Se atrair manchetes e críticas é uma medida de sucesso em Davos, então Greta Thunberg provavelmente apareceu no topo da edição deste ano do encontro de empresários e políticos.

Ativista Greta Thunberg participa de protesto em Davos
24/01/2020
REUTERS/Denis Balibouse
Ativista Greta Thunberg participa de protesto em Davos 24/01/2020 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters

A ativista climática de 17 anos já participou do Fórum Econômico Mundial duas vezes. Ela e sua equipe mostraram-se hábeis em moldar o debate, conseguindo até transformar as críticas do secretário do Tesouro dos Estados Unidos em seu favor.

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O programa deste ano foi direcionado para a discussão da crise climática, refletindo em parte a crescente influência global de Greta Thunberg, bem como as profundas preocupações de grandes empresas.

Conforme a cúpula terminava nesta sexta-feira, Greta liderou um protesto com jovens no centro de Davos, sinalizando sua mensagem até o fim, depois que a maioria dos líderes mundiais tinha ido embora.

Com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concentrando seu discurso no 'Acordo Verde' da UE --um plano para tornar a Europa neutra em carbono até 2050-- e o príncipe britânico Charles acrescentando sua voz aos pedidos de ação urgente, o combate ao aquecimento global foi mantido no topo da agenda.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou seu discurso na terça-feira para criticar os "profetas da desgraça" por causa dos temores climáticos, mas suas opiniões foram amplamente abafadas até o final da semana.

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Houve até sinais de mudança de atitude de Trump em relação à adolescente sueca, que esteve na estação de esqui juntamente com uma dúzia de outros jovens ativistas de lugares como Bali, Zâmbia e Porto Rico, incluindo a ativista norte-americana de 13 anos contra as armas, Naomi Wadler.

Enquanto no passado Trump disse a Greta que ela precisava de "controle de raiva", ao deixar Davos na quarta-feira ele afirmou a repórteres que "adoraria" ouvi-la falar. Questionado se ele achava que mudança climática ainda era uma farsa, ele respondeu: "Não, de maneira alguma."

As críticas mais fortes a Greta, porém, não vieram de Trump, mas de seu secretário do Tesouro, Steve Mnuchin.

Perguntado sobre os apelos anteriores de Greta contra os combustíveis fósseis, Mnuchin disse em uma entrevista coletiva: "Ela é a economista-chefe? Estou confuso... Depois que ela estudar economia na universidade, pode voltar e explicar isso para nós."

Mas a observação foi rapidamente rebatida quando Greta escreveu no Twitter que não era necessário um diploma para saber que o mundo não estava atingindo suas metas climáticas.

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