A Justiça argentina começou nesta quarta-feira, 26, o julgamento da tentativa de homicídio de Cristina Kirchner. Em 2022, o brasileiro Fernando Sabag Montiel acionou duas vezes uma pistola apontada para a cabeça dela, mas a arma não disparou.
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Montiel é acusado de tentativa de homicídio duplamente qualificado. Sua ex-namorada Brenda Uliarte também é acusada de ser coautora do ataque, enquanto Nicolás Carrizo, considerado o "chefe" do casal, é julgado como participante secundário, segundo o jornal elPeriódico.
De acordo com a publicação, quase 300 testemunhas, entre guardas da ex-vice-presidente, apoiadores que estavam no local dos fatos, especialistas e psicólogos, serão ouvidos no julgamento. A decisão deverá ser divulgada no final do ano. Se condenado, o trio pode receber penas de até 15 anos de prisão.
O ataque fracassado ocorreu em 1º de setembro de 2022 enquanto Cristina cumprimentava seus seguidores em frente à sua residência no Bairro da Recoleta, em Buenos Aires, na Argentina.
Montiel se aproximou da então vice-presidente, apontou uma pistola calibre 32 a poucos centímetros da cabeça dela, acionou duas vezes, mas a arma falhou. Ele foi preso no local na época.
A então namorada dele também estava presente na cena, mas foi embora após a prisão de Montiel, conforme mostraram câmeras de segurança. Ela foi presa três dias depois. Os detidos receberam o apelido de "gangue do algodão-doce", porque alguns dias antes foram vistos nas proximidades da casa vendendo algodão-doce.
Brasileiro preso
No ano passado, o jornal argentino La Nación revelou detalhes de como estava sendo a vida do brasileiro na prisão em Buenos Aires. Conforme a publicação, Montiel não recebia visitas, nem aceitava mais acompanhamento e auxílio psicológico. Por outro lado, o brasileiro continuava cedendo entrevistas para canais de televisão argentinos.
Em uma dessas entrevistas, que foram concedidas de dentro do presídio de segurança máxima Ezeiza, na capital argentina, ele afirmou ter agido sozinho na tentativa de assassinato. Ainda segundo o jornal, na cela que ele ocupa, há uma cama com colchão resistente ao fogo, armário de parede para os objetos pessoais, pia e vaso sanitário antivandalismo.
Devido ao comportamento de Fernando, o procurador federal Carlos Rívolo, responsável pela investigação do atentado, solicitou o bloqueio das comunicações do preso com terceiros.