A campanha Alimente a esperança, ajude o Haiti, da Arquidiocese do Rio em parceria com a Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus arrecadou 180 toneladas de alimentos não perecíveis – como arroz, feijão, fubá e leite em pó – no período de julho a setembro deste ano para ajudar 12 mil famílias haitianas, quatro anos após o terremoto e as enchentes que causaram deslizamentos e devastaram o país em 2010. As últimas 30 toneladas foram enviadas ontem (15) para a capital Porto Príncipe e devem chegar em até um mês.
O representante da associação e diretor do Hospital São Francisco na Providência de Deus, Frei Paulo Batista, disse, emocionado, que a meta original era de 10 toneladas de alimentos, e que conseguiram 18 vezes mais. “A campanha nasceu com a Arquidiocese para comemorar o Ano da Caridade e a Jornada Mundial da Juventude. Não esperávamos o tamanho da generosidade do povo carioca. Defino em duas palavras essa campanha: gratidão - a todos que doaram, desde os mais humildes que levavam os alimentos às paróquias, àqueles que doaram toneladas; e esperança. Se em pouco tempo arrecadamos tanto, podemos fazer muito mais por aqueles que necessitam.”, disse.
A campanha contou ainda com o apoio do Ministério da Defesa, através da Marinha do Brasil, e a iniciativa privada para transportar os mantimentos até o país. Outras comunidades, cerca de sete horas de distância da capital, também foram beneficiadas pela ação. Segundo Frei Paulo, no interior do país, a condição é ainda mais emergencial. “Os freis que estão em missão no Haiti nos contam que, quando chegam as doações, as pessoas ali reunidas aplaudem de alegria. Por sua vez, aqueles que as recebem compartilham com os demais necessitados”, afirmou.
O Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus tem um ambulatório para pessoas que necessitam de atendimento médico e uma padaria industrial. Aos sábados, recebe 450 crianças para atividades recreativas, educativas e catequese. Mesmo com o sucesso na arrecadação de alimentos, os organizadores já iniciaram estudos para a segunda fase da campanha. Frei Paulo de Batista lembra que existem outras necessidades como cuidados médicos e educação permanentes para o povo. “Nossa missão é eterna. Temos muito a fazer. A nossa ideia é que possamos construir um hospital no Haiti”, concluiu.