Uma bomba na beira da estrada matou dois afegãos que trabalhavam nas eleições e um policial neste domingo, além de destruir dúzias de cédulas de votos, afirmaram a polícia e um oficial eleitoral, um dia após um pleito que terminou sem grande violência apesar de ameaças do Talibã.
Aproximadamente 60 por cento dos eleitores registrados do Afeganistão assinalaram seus votos ao redor do país em uma eleição presidencial comemorada como um sucesso pelos representantes do país e do Ocidente.
Apesar de o Talibã não ter conseguido organizar nenhum grande ataque no dia da eleição, há o temor de que insurgentes tentem atrapalhar a contagem dos votos, processo que deve levar semanas em um país com infraestrutura básica e um terreno acidentado.
No primeiro desses ataques desde o fechamento das urnas no sábado à noite, uma bomba acertou um carro que carregava funcionários da eleição e cédulas no distrito de Khanabad, ao norte da província de Kunduz, disse a polícia.
"O carro carregando cédulas de quatro zonas eleitorais foi atingido e todo o material foi queimado", disse à Reuters Amza Ahmadzai, que trabalhou nas eleições em Kunduz, acrescentando que dois de seus colegas e um policial foram mortos.
O Talibã condenou a eleição -planejada para ser a primeira transferência democrática de poder no Afegenistão- por considerá-la uma farsa apoiada pelos Estados Unidos. Atualmente no poder, Hamid Karzai é impedido pela constituição de se candidatar novamente, após 12 anos no cargo.
Não há um claro favorito, mas os três principais candidatos são os ex-ministros do Exterior, Abdullah Abdullah e Zalmay Rassoul, e o ex-ministro de Finanças, Ashraf Ghani.
A eleição está sendo realizada em um momento crucial, enquanto a maioria das tropas prepara-se para voltar para casa depois de lutar contra a insurgência do Talibã por mais de uma década.