O Afeganistão acusou nesta segunda-feira agências de espionagem estrangeiras do ataque que na quinta-feira causou a morte de 13 pessoas em um hotel de Cabul frequentado por estrangeiros. "As declarações das testemunhas e as investigações iniciais mostram que o ataque terrorista foi executado diretamente por serviços de espionagem de fora do país", afirmou o presidente afegão, Hamid Karzai, sem acusar nenhum país diretamente, mas sugerindo o possível envolvimento do Paquistão.
"Uma das pistas aponta que um diplomata do Paquistão usava o ginásio do Hotel Serena e filmou vídeos de seus corredores, do que se queixaram os empregados do estabelecimento", de acordo com o comunicado publicado pela agência local AIP.
A declaração presidencial aconteceu após uma reunião do Conselho Nacional de Segurança do Afeganistão (NSC), em que Karzai foi informado do curso das investigações pelos serviços de espionagens afegãos. A NSC acredita que se tratou de um ataque "sofisticado e complexo que talibãs normais" não poderiam realizar.
Os talibãs assumiram a autoria do ataque ao Hotel Serena, no qual quatro insurgentes mataram nove pessoas, entre elas quatro estrangeiros e um jornalista, sua mulher e suas duas filhas.
O Afeganistão costuma culpar países estrangeiros, principalmente o Paquistão, por ataques em seu território. Em janeiro, um ataque em um restaurante deixou 21 pessoas mortas, 13 delas estrangeiras, e o país também acusou agências estrangeiras.
O país asiático apontou a agências de espionagem estrangeiras do ataque a um restaurante que custou a vida a 21 pessoas, 13 delas estrangeiras em meados de janeiro em Cabul. O conflito afegão está em um de seus momentos mais sangrentos desde a invasão dos Estados Unidos, que provocou a queda do regime talibã há 12 anos.
A realização de eleições presidenciais no Afeganistão, no próximo dia 5, intensificou as ações talibãs nas últimas semanas. Este ano é o último com presença de tropas da Otan no Afeganistão, de acordo com um calendário de retirada gradual que se encerra em dezembro, quando as forças locais assumirão a segurança de todo o território.